quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cuidado com o fermento

Cuidado com o fermento

À procura da verdade, no meio da confusão religiosa do Brasil

“Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mateus 16:6). Quando Jesus ofereceu estas palavras de advertência aos Seus apóstolos, ele se apoiou em milhares de anos de significado simbólico da palavra “fermento”. Quando entendemos o uso deste termo na Bíblia, podemos ver algumas aplicações da sua advertência, que é importante para nossos esforços ao servir o Senhor.
O Fermento do Erro

Os usos simbólicos da palavra “fermento”, na Bíblia, são geralmente negativos. O fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho Testamento o desenvolvimento destes significados da palavra “fermento”. O uso do fermento era proibido durante a Páscoa, a festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êxodo 12:15). De fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico 2:11, Deus disse: “Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor.”
Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus (Mateus 16:12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gálatas 5:4-9).

O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1 Coríntios 5:6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.

Sacrifícios Sem Fermento

Exatamente como os filhos de Deus no Velho Testamento tinham que oferecer sacrifícios ázimos (isto é, sem fermento) e puros, hoje Deus espera que nossos sacrifícios espirituais sejam livres de impurezas. Para ajudar-nos a apreciar este fato, Deus nos deu o exemplo do sacrifício perfeito e sem pecado oferecido por seu Filho. Os cristãos de hoje celebram a Ceia do Senhor com pão asmo, porque este foi o que Jesus usou na comunhão-modelo com seus apóstolos. Quando consideramos o simbolismo do fermento, fica aparente que nenhum outro tipo de pão poder ser satisfatório. Cristo foi nosso sacrifício ázimo, sem pecado (1 Coríntios 5:7-8). Temos que imitá-lo e também sermos verdadeiramente sem fermento (1 Coríntios 5:7). Uma igreja que é sem fermento e pura não permite imoralidade ou falso ensinamento (1 Coríntios 5:9-13).
A Importância de Ser Moralmente Sem Fermento

Nossa sociedade é, infelizmente, cheia do fermento de imoralidade. A desonestidade, a cobiça e a sensualidade têm corrompido as vidas de inúmeras pessoas e ameaçam cada um de nós, todos os dias. Os jornais estão cheios de relatos da corrupção no Governo. As revistas e os filmes tiram lucro da exploração do pecado sexual. Jesus nos chama para sermos luzes e para mudar este mundo escuro e corrompido (Mateus 5:14-16).
Porém, muitos que afirmam estarem seguindo Jesus estão ignorando esta determinação. Enquanto proclamam estão se atualizando com um mundo em mudança, algumas igrejas vão aprovando certas práticas claramente condenáveis, como o adultério (Lucas 16:18) e o comportamento homossexual (Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6:9-11). Onde Jesus exigia santidade, estas igrejas modernas a substituem por uma atitude tolerante que aceita, o câncer mortal do pecado e encoraja a morte espiritual eterna (Romanos 6:23). O fermento está agindo, corrompendo os justos.

O Fermento do Erro

A Importância de Ser Doutrinariamente sem Fermento O evangelho que Jesus revelou (através do trabalho do Espírito Santo), para guiar seus seguidores, era puro. Agora, depois de dois mil anos, ainda podemos apreciar a pureza e a simplicidade da doutrina que ele revelou no Novo Testamento. Mas muitas pessoas não se contentam em aderir a esta verdade pura e não fermentada. Séculos depois do trabalho de Jesus na terra, os homens começaram a misturar o evangelho com outros elementos, criando uma ímpia mistura de doutrinas corruptas. A palavra “sincretismo” descreve esta tentativa de misturar idéias que são contraditórias.
O desenvolvimento do catolicismo na Ásia e na Europa ilustra esta tendência perigosa. Quando o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano ficou mais fácil incorporar as falsas religiões à “nova” fé do que converter verdadeiramente os adoradores de ídolos. Uma ilustração clara deste fermento doutrinário ocorreu no ano 432. Em um concílio, em Éfeso, representantes de várias igrejas determinaram declarar que Maria era a Mãe de Deus. Nessa cidade, conhecida por sua adoração de uma divindade feminina, Maria foi “elevada” por um concílio humano a ser conhecida como a Mãe de Deus. Em vez de enfrentar diretamente o pecado de adorar Diana (como Paulo havia feito quatro séculos antes, veja Atos 19:26-29), este concílio adotou a adoração a Diana na prática da igreja, disfarçada de veneração a Maria. Com o passar do tempo, esta exaltação a Maria levou ao desenvolvimento de um completo sistema de crenças sobre a mãe de Jesus, sem qualquer fundamento bíblico. O fermento da falsa doutrina estava se espalhando.

O ambiente religioso do Brasil ilustra esta mesma tendência. A crença religiosa de muitos brasileiros é uma mistura de catolicismo, superstições tribais de índios nativos e idéias religiosas trazidas da África. Muitos dos “santos” honrados hoje nada mais são do que falsos deuses, aos quais foram dados nomes católicos e incorporados em um sistema confuso onde a distinção entre verdade e erro está apagada.

Nas décadas passadas, mais fermento foi espalhado por várias igrejas protestantes. Uma nação mundialmente conhecida pelo seu espiritismo tem muitas pessoas que acreditam em experiências subjetivas e rejeitam a idéia de que Deus revelou um padrão absoluto de verdade. O amplo crescimento do pentecostalismo é desenvolvido, parcialmente, sobre esta confusão. Supostos milagres (“trabalhos!”) feitos pelos maus espíritos são substituídos pelos milagres que se dizem operados pelos pregadores. Satanás aparentemente cede seu lugar ao Espírito Santo, mas o que acontece mesmo é a expansão das doutrinas contraditórias. No Novo Testamento, o Espírito Santo deu poder a homens santos para realizarem maravilhosos milagres e confirmar a verdade do evangelho falado. Hoje em dia, dúzias de igrejas que ensinam doutrinas conflitantes dizem estar manifestando os sinais do céu! Paulo disse que devemos rejeitar tais novas e contraditórias mensagens e contentar-nos com as mensagens já reveladas 1900 anos atrás! Ele advertiu os Gálatas: “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gálatas 1:9). É uma triste ironia que o Espírito da Verdade (João 14:17) tenha sido transformado no autor da confusão e da incerteza. O fermento do falso ensinamento continua se espalhando.

O Que Devemos Fazer?

O entendimento desta tendência humana para corromper o que é bom e justo, nos auxiliará a encontrar nosso caminho na travessia da confusão dos erros humanos, e chegar à verdade revelada por Deus. Em cada encruzilhada temos que insistir na resposta à pergunta que Jesus fez aos chefes religiosos espalhadores do fermento, no seu tempo: “. . . do céu ou dos homens?” (veja Mateus 21:25). Com este teste, poderemos seguir a inspirada determinação de Paulo: “. . . julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda a forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:21-22). O fermento humano tem que ser rejeitado, quando nós seguimos “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).
- por Dennis Allan
Fonte: Estudos da Bíblia

Perdoando para ser perdoado

Perdoando para ser perdoado

Falamos e escrevemos muito sobre o perdão. Mas será que em nosso dia-a-dia praticamos esse ensino de nosso Senhor Jesus como Ele o fez?

Resolvi escrever sobre esse assunto, porque muitos confundem o perdão com um simples ato de desculpar-se ou de simplesmente dizer que perdoa ou que perdoou. Mas será que é só isso? O que significa realmente o perdão do ponto de vista bíblico?

Vamos nos aprofundar então nessa questão, buscando responder a estas indagações.

Veja que o perdão tem como pressuposto a ocorrência de qualquer fato que constitua uma OFENSA, a qual, por sua vez precisa ser compreendida em pelo menos três aspectos:

a) o aspecto material: Quando alguém nos subtrai um bem, um objeto, ou um direito;
b) o aspecto físico: Quando alguém fere ou machuca nosso corpo;
c) o aspecto emocional ou moral: Quando alguém, mediante atos, palavras ou atitudes fere ou prejudica nossa reputação, sentimentos, ou ainda nossos padrões éticos.

Estas ofensas trazem a nossa vida sofrimento, decepções e mágoas. Prejudica nossa vida e em muitas pessoas abala a fé em Deus e a confiança nas pessoas. Proporciona e incentiva ainda o surgimento de problemas e enfermidades emocionais e físicas de vários tipos (doenças psicossomáticas).
Cria um clima de descontentamento e de desarmonia causando conflitos de relacionamentos e obstáculos à comunhão cristã.

Como então agir para evitar esses males. Há um remédio bíblico que cura e restaura pessoas e situações como as mencionadas, chamado PERDÃO.
Mas, antes de tudo, devemos entender o que é o perdão para que apliquemos o remédio correto e não genéricos falsificados que não produzirão nenhuma cura permanente, mas sim uma falsa sensação de unidade e paz, escondendo o real problema.
O perdão ensinado no texto bíblico não é um analgésico, não é uma “aspirina espiritual”. Não elimina somente as dores ou os sintomas. Ele atua na raiz do mal, na origem da enfermidade espiritual. Por isso, produz restauração completa.

O que é o perdão então?

1. Perdoar é desconsiderar (não levar em conta a ofensa);
2. Perdoar é transferir para Deus a prerrogativa de impor ao ofensor a punição que couber no caso; (Rom. 12:19-21)
3. Perdoar é permitir que o ofensor tenha em nossa vida a mesma posição que tinha antes de nos causar a ofensa;
4. Perdoar não é o mesmo que fazer VISTAS GROSSAS. – “Ah, isto não foi nada!” (Nunca devemos confundir o perdão com a conivência, ou o compactuar com o erro)

Dito isso, entendemos que o perdão inclui dois aspectos essenciais que ressalto a seguir:

a) o aspecto legal ou formal que trata com as implicações legais, a QUEBRA de regras e leis que tenham sido transgredidas.
b) o aspecto emocional que trata com nosso INTERIOR, restabelecendo toda boa disposição para com o ofensor.

Agora, que entendemos o que é o perdão e sua abrangência e aspectos, respondamos a indagação:

- Por que tenho que perdoar?

1. Porque Deus manda que perdoemos (Mat. 6:14; 18:21,22; Luc. 11:4; 17:4; Ef. 4:32; Col. 3:13).

2. Porque é uma das condições que Deus estabelece para atender nossas orações (Mat. 6: 14,15; 18: 23-37; Mc. 11:25; Luc. 6:27)

3. Porque o perdão é um gesto de grandeza e bondade que eleva aquele que o realiza a um patamar celestial.

4. Porque quando perdoamos podemos ver a ação de Deus nas situações de ofensa, modelando nossas vidas e alcançando outros propósitos (Gen. 45: 5-11; 50: 20,21; Rom. 8:28).

5. Porque quando perdoamos manifestamos o caráter gracioso e misericordioso de Deus e nos tornamos mais parecidos com Ele (Mat. 5: 44-48; Luc. 6: 32-37)

6. Porque o perdão nos livra do ressentimento e da amargura (Ef. 4:31,32; Hebr. 12:14,15)

7. Porque o perdão traz bênção recíproca de cura, tanto física, como emocional e espiritual (Tiago 5:16)

Respondida essa questão, alguém poderia perguntar:

- Mas quais os limites do perdão?

Penso que o referencial para qualquer atitude dos cristãos é o próprio Deus. Como é que Ele age? As Escrituras revelam que o perdão é baseado na graça e na misericórdia e, nunca na ofensa, qualquer que seja sua gravidade (Nee. 9: 16-21; Is. 55:7; Lam. 3:22; Miq. 7: 18; Rom. 5: 15,17,20).
Como podemos verificar, não há limites para o perdão, quer consideremos:
1. Quando perdoar ou 2. Quanto perdoar.

As consequências da recusa a perdoar são também explícitas nas Escrituras. Caso nos recusemos a perdoar àqueles que nos ofendem traremos sobre nós várias consequências, das quais destaco as seguintes:

1. Impedimentos de nossas orações (Mat. 6:15; Mc. 11:26)
2. Ressentimento e amargura que nos fazem insensíveis e egoístas, trazendo doenças para nosso corpo, alma e espírito.
3. Impedimento da ação modeladora de Deus em nossas vidas, não atentando para possíveis carências daqueles que nos ofendem (Gen. 50: 20,21). Existem situações em que somos ofendidos porque o ofensor quer nos chamar a atenção para suas carências e problemas. A ofensa é um pedido de socorro nesses casos.

Conclusão

Você tem certeza de que tem perdoado a todos que lhe ofenderam?
Há algum tipo de ofensa que você jamais perdoaria?
Você pode olhar com firmeza e tranquilidade nos olhos de alguém que lhe causou uma grande dor, uma grande ofensa?

Peça a Deus que lhe capacite para perdoar sem limites, como Ele mesmo lhe perdoou e continua a lhe perdoar sem limites!

Pr. Magdiel G Anselmo.
Pastor da Igreja Nova Aliança em Cristo.

Não é fácil definir ou conceituar a espiritualidade.

Por uma espiritualidade Cristocêntrica.

Não é fácil definir ou conceituar a espiritualidade. Embora seja uma expressão religiosa que, a princípio, tenha a ver com o relacionamento de Deus com o ser humano, tornou-se, na cultura moderna, um termo abstrato, vago e presente em quase todos os segmentos da vida: da religião à economia, da ecologia ao mundo dos negócios.

Para entender melhor o que significa espiritualidade nos dias atuais, precisamos associá-la a outras duas expressões que se encontram intimamente conectadas: subjetividade e pós-modernidade. Juntas, elas formam o tripé para a compreensão da cultura contemporânea.

O mundo moderno era racional, científico, positivo. Acreditava na bondade natural do ser humano. Era um mundo de certezas e de sólidas convicções. Porém, após duas guerras mundiais e uma infinidade de conflitos étnicos, políticos e econômicos, esta era de certezas deu lugar a um espírito cínico e desiludido. O mundo pós-moderno é o mundo do desencanto, da decepção, da desilusão, das incertezas. Emocionalmente, a modernidade refletiu o progresso, o otimismo, a confiança na tecnologia. O pós-moderno é o oposto — é negativo, irracional e subjetivo. O rápido processo de secularização, o avanço tecnológico, o rompimento com as tradições, a relativização dos valores e dos costumes, o fortalecimento do individualismo e a quebra do consenso social apresentaram uma nova agenda para a sociedade.
A reação contra a objetividade e a mentalidade cartesiana, racional e científica do mundo moderno gerou um novo espírito, mais subjetivo e individualista. A relativização moral criou uma nova forma de ateísmo: o da irrelevância de Deus e uma forma de espiritualidade subjetiva sem nenhum fundamento bíblico ou histórico. A realidade vem se tornando mais abstrata e virtual, e a estética é a nova base da identidade e da afirmação pessoal. Uma vez que a tradição foi descartada e vivemos a falência das estruturas familiares e a burocratização das instituições, não temos mais um juiz para julgar os valores, mas um espírito individualista, cínico e altamente indulgente. Se, no passado, levávamos nossas questões para serem julgadas no tribunal da razão e da sã doutrina, hoje elas são arbitradas na jurisdição das emoções e dos sentimentos. O critério que valida a experiência é o bem-estar pessoal. É dentro deste cenário que surge o termo “espiritualidade”, estabelecendo uma nova agenda para a Igreja. Espiritualidade tem a ver com o novo estado de espírito do mundo pós-moderno. Falar em espiritualidade, segundo James Houston, é falar sobre a revolta do espírito humano ao aprisionamento que a cultura racional impôs sobre a civilização ocidental, levando-a a olhar para a vida apenas na perspectiva superficial da ótica científica. O ser pós-moderno não aceita mais viver sob esta ótica estreita e limitada da cultura racional, mas, paradoxalmente, sua luta contra o aprisionamento da superficialidade racional o levou a um novo estado de alienação e superficialidade, fruto do subjetivismo e do individualismo impessoal.

Espiritualidade é o tema da agenda religiosa do século xxi. Está presente em todos os encontros, debates e discussões. Não apenas no universo evangélico, mas também nos âmbitos cultural, empresarial, econômico, político etc. Todos conversam sobre o assunto, falam de suas experiências, descrevem seu momento espiritual. Empresas preocupam-se com o estado espiritual de seus executivos, oferecendo cursos e palestras para elevar o espírito e melhorar o rendimento profissional. Livros e revistas especializados no assunto surgem a cada dia. Entretanto, como afirma Eugene Peterson, quando todos seus amigos começam a conversar sobre colesterol, comparando taxas, trocando conselhos, sugerindo remédios e chás, você logo percebe que este é um mau sinal. Alguma coisa não vai bem. Da mesma forma, quando vemos e ouvimos muita gente conversando e lendo sobre espiritualidade, isto nos leva a pensar que a alma de nosso povo não anda bem; está enferma.

Quando pensamos em um tema como “Espiritualidade Cristocêntrica”, precisamos pautar valores e formas na relação do espírito humano com Deus. Isso devido às múltiplas ofertas de “espiritualidade” que encontramos no mercado religioso, principalmente nas prateleiras evangélicas.

De um lado, existe no caldeirão sincrético brasileiro um tipo de espiritualidade que podemos denominar corporativa: são mantras, velas, correntes e orações como meios de alcançar sucesso nos negócios ou criar uma atmosfera zen no ambiente profissional. Sem falar no misticismo das cartas, búzios e cristais, superstições voltadas principalmente para a área emocional.

Do outro lado está a espiritualidade “gospel”, que mais se identifica com uma cultura de consumo do que com a ética derivada dos ensinos de Cristo. Tal cultura favorece os mercadores da religião, que lucram com um tipo de fé burra e impulsiva. Os produtos oferecidos vão desde liturgias de massa, até amuletos da fé, como chaveiros, caixinhas de promessas, bíblias nos mais diversos formatos, modelos suficientemente irreconhecíveis ou disfarçáveis. O problema não é a forma das bíblias e da liturgia, mas a indiferença ao seu conteúdo, principalmente, o esquecimento da essência registrada em suas páginas e da prática exigida na vida do leitor.

Tais “espiritualidades” apóiam-se na fé inflamada pelos símbolos, ou seja, precisam do visível para crer no invisível É a idéia do ver para crer, uma forma de ceticismo revestida de prudência, onde a segurança dos sentidos é defendida em detrimento da fé. No entanto, não podemos negar que a espiritualidade possui seu lado visível. Pois a comunhão do nosso ser com Deus, evidenciam-se em ações, práticas e palavras coerentes com o modelo que Jesus nos deixou. Como a Lei que gere o cristianismo não pode ser cumprida na individualidade, a espiritualidade cristã deve primar pela experiência em comunidade e por uma relação amorosa com o mundo sem Deus. Assim sendo, a saúde de nosso espírito se mostra quando satisfaz a vontade de Deus na prática do bem ao próximo. É um princípio presente em toda a Revelação, especialmente nos escritos do Novo Testamento.

O apóstolo João, por exemplo, fala da impossibilidade de amar ao Deus Invisível sem amar ao irmão a quem vê: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar o seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (I Jo. 4:20, 21).

Já Tiago critica a inutilidade de palavras “abençoadoras” não acompanhadas de gestos de amor. O seu ensino nos desafia a mostrar a fé invisível através da visibilidade das obras. “Mas alguém diz: Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras, te mostrarei a minha fé” (Tg. 2:18).

Jesus também mostrou perfeitamente equilíbrio na relação invisível-visível. Ele cultivou momentos reservados de devoção a Deus (Mt.14:23) e também revelou seu amor ao Pai em suas atitudes (Jo.14:31). A característica marcante do relacionamento de Jesus era sua contínua submissão, o prazer em fazer a vontade de Deus.
Portanto, perceba que não há como separar espiritualidade de vida prática. O relacionamento invisível do nosso ser com Deus evidencia-se através do bem que praticamos por meio do corpo (2ª Cor. 5:10). O propósito da espiritualidade cristocêntrica é nosso crescimento em direção a Cristo — em outras palavras, ser conformados à imagem de Jesus Cristo.

Não se trata de ajustamento sociológico ou psicológico, de sentir-se bem emocional ou socialmente, mas de um processo de crescimento e transformação. A espiritualidade da cultura moderna, por ser mais individualista e, conseqüentemente, mais narcisista, mudou o foco da espiritualidade cristã; ao invés de sermos convertidos a Cristo, é Cristo que se tem convertido a nós. Perdemos o significado da doutrina da imago Dei a consciência de que fomos criados por Deus e para Deus, e que somente nele encontramos significado para nossa humanidade corrompida.

Para Paulo, isto significa caminhar em direção à perfeita varonilidade, à medida de estatura de Cristo. Encontramos em Cristo a expressão plena de nossa humanidade. Converter-nos a ele significa ter nossos pensamentos e caminhos transformados, nossa humanidade restaurada, nossa dignidade redimida para viver a nova vida em Cristo. Paulo nos afirma que a verdadeira vida encontra-se oculta em Jesus e, por esta razão, devemos buscar e pensar nas coisas do alto, onde Cristo vive. O fim da espiritualidade cristã está numa humanidade madura e completa em Cristo.

Outra preocupação é o risco da cultura espiritualista tirar a divindade de Cristo, reduzindo-o à categoria de Ghandi, de Buda ou de outro personagem da humanidade. A globalização resiste à idéia do sacerdócio único de Cristo. O ser pós-moderno não aceita viver sob a verdade de que Cristo é “o caminho, a verdade e a vida”, e que ninguém vai ao Pai a não ser por meio dele. Esta realidade única de Cristo é inaceitável na cultura pós-moderna. Desta forma, Jesus passa a ser apenas uma boa pessoa, que nos deu exemplo de como ser pessoas igualmente boas, mas nada muito além do que outros também fizeram.

Contudo, uma espiritualidade cristocêntrica requer a afirmativa da mediação única de Cristo: sem ele, ninguém conhece o Pai, nem pode ser salvo. Precisa da mesma forma, afirmar a centralidade da cruz e da ressurreição na experiência cristã de reconciliação, perdão e comunhão com Deus.

Fonte utilizadas:O melhor da espiritualidade brasileira – Ricardo Barbosa de Souza

www.elderrangel.blogspot.com

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Para Que Todos O Conheçam

"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento
do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo" (Efésios 4:13).


Um jovem rico, com formação universitária, escolheu viver de
maneira bem simples, cozinhando sua própria comida e morando
em um único quarto. Como resultado ele pôde doar dois
milhões de dólares para missões estrangeiras. Para explicar
sua decisão ele escreveu: "Alegremente eu fiz do chão a
minha cama, de um caixote a minha cadeira e uma outra caixa
a minha mesa. Tudo isso para que homens e mulheres não
perecessem por falta de conhecimento de Cristo".


Eu não estou sugerindo que todos os cristãos deviam
renunciar aos confortos normais da vida. Isso acontece
somente para os que são chamados por Deus para deixar tudo e
segui-lo.


A nossa reflexão não visa encorajar você a deixar tudo ou
dar dinheiro para missões.Queremos meditar no fato de
estarmos ou não preocupados com aqueles que não têm ainda
Jesus no coração. Qual é o nosso sentimento em relação a
isso? Estamos indiferentes aos que morrem sem a bênção da
vida abundante e eterna? Estamos alheios àqueles que, sem
esperanças, caminham sem direção e sem alegria? Estamos
única e exclusivamente pensando em nosso bem-estar, como se
isso fosse suficiente para nós, pouco importando se outros
são ou não felizes, se têm ou não salvação?


O maior conforto para o coração do verdadeiro filho de Deus
é saber que a Palavra de Deus está encontrando lugar na vida
de milhões em todo o mundo. E isso acontece quando eu e você
dedicamos uma parte de nossas vidas para proclamar o nome de
Jesus. Podemos fazê-lo com nosso próprio trabalho, com
nossas orações, com algum tipo de doação. O que não devemos
fazer é ignorar o fato de que, a cada momento, muitos morrem
sem o conhecimento de Jesus Cristo, sem saber que, ao
recebê-Lo, receberão o direito de viver, para sempre, nas
moradas celestiais que o Senhor preparou.


O que mais lhe conforta? Saber que você tem tudo com
abundância ou que Deus está alcançando milhões de corações
em todo o mundo?



*****
Caso tenha um amigo que deseja receber as reflexões diárias
e não participar de listas, basta preencher o link indicado
no final e assinar a lista de envio de apenas uma mensagem
diária.
*****

Blog do Para Refletir. Faça uma Visita!
Blogger

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Finalidade


“obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.” (1 Pedro 1:9 ARA)

Eu nunca me imaginei com 40 anos. Talvez por trabalhar desde cedo, quando me dei conta tinha 30, daí a aceleração aumentou e quando vi, estava com 40. Agora, alguns anos depois, olho e vejo que nem tudo na minha vida foi sendo dirigido com a merecida objetividade. Seja na familia, na carreira profissional, no ministério cristão, ou mesmo no aspecto emocional, é indispensável saber onde se quer chegar.

A correria engole a gente e é preciso desacelerar e olhar para si mesmo de fora. Há poucas semanas tive oportunidade de fazer isso e agora estou espantado comigo. Primeiro, olhei e vi um paspalho correndo para fazer mais do que precisava; segundo, vi alguém que nem sempre decidiu olhando para o alvo. Este versículo ajudou numa destas vigílias noturnas de noites mal dormidas, me ensinando algo valioso que preciso repartir.

Nossa fé não é para nosso agrado e nem para servir de bandeira, mas para produzir nossa salvação. Somos salvos por fé e por fé devemos viver, desenvolvendo nossa salvação com temor e tremor. Nossa fé pode produzir muita coisa e servir para muita coisa, mas seu objetivo ou finalidade é nossa salvação.

Evidente que isso permite uma segunda interpretação, amparada pelo idioma original: nossa salvação extermina nossa fé, pois é quando ela chega ao fim. Isso se encaixa no sentimento que vivo, pois será a consumação da minha salvação que me permitirá não precisar mais de fé, pois estarei com o Senhor e lá tudo está consumado, nada está mais pendente, não há em que crer por fé - eu verei tudo, estarei Lá. Isso me conforta, me consola e me dirige para frente.

Tudo termina quando tudo começa - na eternidade. Basta a cada dia seu mal, o amanhã não nos pertence. Nesta vida precisamos de mais equilíbrio, de mais objetividade, de mais transparência com nosso alvo. Sem olhar para frente, bem para frente, tudo vira correria.

Convido a pensar na correria e no fim de tudo. No fim "objetivo" e no fim "final". Dá na mesma.

"Senhor, que canseira. Que energia dissipada. Tem misericórdia de mim e me ajuda a ver para onde devo andar."

Mário Fernandez

Deixe o seu comentário no site: http://www.ichtus.com.br/dev/2012/02/26/finalidade/

Quem Pode Entender?


"Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos
hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do
Pai, ele testificará de mim" (João 15:26).


"Benjamin West, o grande pintor, falando sobre as belas
cores utilizadas por Gilbert Stuart, outro pintor, seu
grande amigo, dizia aos alunos: "Não adianta roubar as cores
do Stuart; se você quiser pintar como ele, você deve roubar
seus olhos". Nós ficaremos frustrados se nos esforçarmos
para viver como Cristo viveu. Os registros de sua vida,
apesar de maravilhosos, não nos habilitarão a ser como Ele.
Nós precisamos ter Seu coração, Sua natureza. Só a Divindade
dentro de nós poderá reconhecer a Divindade fora. Sem o
Espírito santo, nós não podemos conhecê-lo como Deus."


Aqueles que não têm uma experiência viva e pessoal com o
Senhor não conseguem entender a beleza e a felicidade vivida
por um cristão. O Espírito Santo, que nos convence do
pecado, nos apresenta Jesus, nosso Salvador. Nós o
reconhecemos e O recebemos no coração. Ele faz em nós morada
e dirige nossos passos. Com Sua orientação, afastamo-nos do
mal e caminhamos pela senda do bem.


O mundo não conhece ao Senhor. O mundo mostra-se indiferente
a tudo que diz respeito a Ele. Ignora-O porque não tem o
Espírito de Deus. Não tem o Espírito porque se deixa enganar
por prazeres passageiros e que só trazem destruição. Por
isso vive correndo atrás de uma vida feliz. Corre e não
encontra, porque a verdadeira felicidade existe apenas em
Deus.


Quando nos desvencilhamos dos enganos mundanos; quando não
nos deixamos persuadir por falsas promessas de prazer;
quando reconhecemos que nada pode se comparar ao regozijo
que Cristo dá, nossa alma se enche de júbilo e passamos a
conhecer o que é a verdadeira felicidade.


Você deixa o Espírito Santo agir em você? Você pode entender
o que é ser um cristão?



*****
Caso tenha um amigo que deseja receber as reflexões diárias
e não participar de listas, basta preencher o link indicado
no final e assinar a lista de envio de apenas uma mensagem
diária.
*****

Blog do Para Refletir. Faça uma Visita!
Blogger

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Basta Abrir A Boca

"... abre bem a tua boca, e ta encherei" (Salmos 81:10).


Dois filhos de pregadores estavam discutindo sobre a
habilidade de seus pais em pregar. "Meu pai é tão bom",
disse o primeiro, "que pode falar sobre um assunto por duas
horas!" "Ora, isto não é nada!" disse o segundo. "MEU pai é
muito melhor. Ele pode falar por duas horas sem nenhum
assunto!"


O que é necessário para sermos uma bênção na obra de Deus?
Falarmos muito bem? Sermos capazes de comentar, sem
dificuldades, a Palavra do Senhor? Conhecermos, com
profundidade, o coração de Cristo? Possuirmos um diploma de
algum curso teológico? Ou apenas o desejo ardente de cumprir
o "Ide"de Jesus?


Há pessoas que tem um excelente conhecimento das Escrituras
e há outras que, ainda inexperientes, estão começando,
agora, a estudá-la. O que importa é que o Senhor usa a
ambos, com poder e graça, de acordo com Sua vontade. Basta
estarmos dispostos a nos deixar conduzir pelo Senhor e
grandes coisas acontecerão.


A obra é de Deus e Ele opera em nós, seja qual for o grau de
nosso conhecimento bíblico. Podemos dizer: Eu não sei falar
direito", mas, é o Senhor quem fala através de Seus
escolhidos. Uma palavra simples, um "Jesus ama você", "Deus
se importa com sua vida" ou qualquer outra palavra bem
simples, pode mudar uma pessoa, pode transformar um lar,
pode iluminar uma cidade.


O que não podemos e não devemos é ficar de boca fechada. O
que não pode nos trazer alegria é estarmos alheios às coisas
espirituais. O que o mundo menos necessita é de alguém que
esconde o regozijo que existe em seu coração pela presença
de Cristo em sua vida. O mundo quer nos ouvir, o mundo quer
compartilhar de nossa bênção, o mundo deseja ser feliz e nós
temos o Senhor e Salvador a lhes oferecer.


Você quer ser usado por Deus? Acha que não é capaz de
testificar das coisas maravilhosas que tem experimentado no
Senhor? Acha que não sabe falar bonito? Creia... basta abrir
a boca e o Senhor falará através de você!



*****
Caso tenha um amigo que deseja receber as reflexões diárias
e não participar de listas, basta preencher o link indicado
no final e assinar a lista de envio de apenas uma mensagem
diária.
*****

Blog do Para Refletir. Faça uma Visita!
Blogger

Sem Memória

"De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou, viverá." (Ezequiel 18:22 ARA)

Nosso Deus não é burro nem analfabeto, Ele conhece as Escrituras e não apaga de Sua mente o que já se passou. Ainda assim, este versículo ensina que não haverá lembrança do pecado (transgressão) daqueles que genuinamente se arrependem e se convertem dos seus maus caminhos.

É interessante, pois isso é uma decisão do coração do Pai. Ele nunca mais menciona, nunca mais traz à lembrança, nunca mais nos acusa. Eu fico olhando determinadas situações, por exemplo, em uma briga de casais, quando voltam-se às acusações antigas, como se fossem sementes para serem semeadas em tempo mais oportuno. Se o Pai Celestial não é assim, também nós não devemos ser. Por mais doloroso que seja o pecado, o amor cobre multidão de erros e permite que o coração de Deus abra mão de lembrar. Nós, portanto, também temos de adotar essa conduta.

Em algumas situações é difícil esquecer, se não impossível. A perda de um ente querido, uma tragédia, um ato brutal, são inúmeras coisas que nossa memória resiste em abandonar. Mas memória e lembrança não precisam andar juntas. Eu me lembro (memória) de ofensas que me foram lançadas, mas desde que perdoei perdi o direito de mencioná-las (lembrança) e isso me ajuda a colocar de lado o que atrapalha olhar para frente.

Devemos lembrar que é possível pecar sem envolver mais nenhum ser humano, mas sempre, invariavelmente, o Senhor Nosso Deus será envolvido, pois TODO pecado ofende Seu coração santo. Portanto, mesmo que seja algo que jamais alguém neste mundo fique sabendo, ou tenha conhecimento, ou seja mencionado - ao Pai está descoberto. Se Ele nos perdoa, é como se não tivesse acontecido.

Agradeçamos ao Nosso Deus fazendo algo que vai Lhe agradar - abandonemos os caminhos que O desagradam.

"Pai, obrigado porque Tua misericórdia e Teu amor por mim me levam a um lugar onde nada é mencionado e não sou acusado. Ensina-me, assim, a andar mais e mais perto de Ti."

Mário Fernandez

Deixe o seu comentário no site: http://www.ichtus.com.br/dev/2012/02/23/sem-memoria/