sexta-feira, 31 de agosto de 2012

É Mais Fácil "Quebrar O Microscópio"


"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João
8:32).


Foi mostrado a um nativo da Índia, através de um
microscópio, os germes existentes nas águas do Ganges. O
nativo foi informado de que não deveria beber mais daquela
água. Ele não gostou dos olhares agitados dos germes e
pegando um pedaço de pau, quebrou o microscópio e continuou
bebendo a água.


Às vezes agimos da mesma forma que aquele nativo indiano.
Preferimos "quebrar o microscópio" que aceitar a verdade que
liberta, transforma e abençoa. Não queremos mudar de vida;
não queremos tomar outra direção; não queremos buscar novas
alternativas; não queremos abandonar nossos erros e pecados.


Queremos encontrar o caminho da felicidade, mas, não
queremos deixar de seguir o caminho de nossa vontade.
Queremos receber as bênçãos de Deus, mas, não queremos
aceitar as condições de Deus para nos dar as bênçãos
almejadas. Queremos ser vitoriosos, mas, não queremos seguir
as instruções do Comandante que conhece o caminho da
vitória.


O que mais fazemos em nossas vidas é "quebrar o
microscópio"! Não estamos dispostos a mudar, não estamos
dispostos a obedecer, não estamos dispostos a abandonar o
pecado, não estamos dispostos a buscar ao Senhor, não
estamos dispostos a amar, não estamos dispostos a crer.
Queremos apenas por querer e não estamos prontos para pagar
o preço de ser uma nova vida em Cristo. É muito mais fácil
"quebrar o microscópio".


Deus nos mostra a Sua vontade através de Sua Palavra. Fala
conosco através da oração. Abençoa-nos através de Seu Santo
Espírito.


E você, vai aceitar a direção do Senhor ou vai também
"quebrar o microscópio"?


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PROPÓSITO


"Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus." (Atos 4:31 ARA)
Este é um daqueles versículos que a gente ouve pregação a vida inteira e sempre com a mesma ênfase: se orarmos a casa vai tremer, etc. Mas, eu estava estudando o assunto dos dons e esse texto me trouxe um lindo entendimento. Tudo que Deus nos dá tem um propósito claro. Se olharmos Mateus 28:18ss, Atos 1:8, entre outros, veremos que o Espírito Santo torna os crentes poderosos, intrépidos e cheios de dons. Sejam quais forem os dons, ou como se manifestem, o propósito é anunciar a Palavra de Deus.
Neste texto de Atos 4 é exatamente a mesma situação: por algum motivo o povo de Deus se reuniu para orar e Deus capacitou-os para anunciar o evangelho aos perdidos. O fato da casa tremer, na minha opinião, é colateral e menos relevante - me perdoem os empolgados com isso. O fato é que sempre somos capacitados ou equipados com um propósito.
Mas espere um pouco: então por que fazemos tanta coisa na igreja local para os já convertidos? Será que não estamos focando demais em pregar para quem já sabe? Será que se anunciássemos mais a salvação pelo evangelho e ensinássemos a Bíblia de outra forma que não o púlpito... Nada disso está errado em si, mas penso na ênfase. São questionamentos a serem feitos nesses dias de tantos holofotes sobre os grandes pregadores. Basta anunciar um nome de um pastor famoso que enche de crentes, mesmo que o título seja "Culto Evangelístico" ou qualquer outro termo que se empregue.
Meu irmão, nós temos parte nisso. Temos de ir aos nossos líderes com submissão e amor, mas com firmeza, clamando por espaço para os perdidos.
Termino contando algo que me contaram: um pastor, desses muito famosos, estava pregando e vieram muitas crianças de uma favela perto da igreja. Uma irmã bem intencionada falou a ele e disse "perdoe pastor, um diácono vai tirá-los dali". Ele teria respondido "ao contrário, tire todos os demais. Eu vim por causa deles".
"Pai, tem misericórdia de mim que tantas vezes uso mal o que o Senhor me dá. Preciso entender que o Senhor veio para os perdidos e eles são a razão de eu continuar nesse mundo. Ajuda-me."
Mário Fernandez
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Conhecimento Superficial






Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!
“Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?”
“Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? ”
Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.
Romanos 11:33-36
Reflexão: Depois de Paulo traçar todo o “seu evangelho”, de explicar muito detalhadamente o plano da Redenção em Jesus Cristo, da culpabilidade do homem, da justificação pela fé, da execução da justiça de Deus na cruz do calvário em Jesus Cristo, depois de expor tudo isto, Paulo termina a primeira parte de Romanos e antes de ir para a parte prática, ele diz que tudo que ele conhece e expõe não passa de superfície. Não dá para ir mais além do que a superfície. Há uma certa incompreensibilidade de Deus para nós. Não conseguimos compreender na totalidade, apenas superficialmente.
É profundo demais para ele. É insondável e inescrutável para nós.
Quem conheceu a mente do Senhor? Deus nos deve alguma coisa? Podemos cobrar alguma coisa de Deus? Percebemos a implicação de que nosso olhar deve percorrer uma via muito mais ampla do que apenas conseguimos ver em nosso horizonte limitado e tendencioso.
Pois Dele, por Ele, para Ele são todas as coisas.
A Centralidade de tudo está em Deus. Se as coisas são de Deus, por Ele e para Ele, quando não se encontram devidamente configuradas assim, não fazem sentido.
Que sua vida seja encontrada em Deus para então fazer sentido e ter um propósito.
Fonte: Somente a Graça

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Trocando a benção por um ensopado de lentilha

Trocando a benção por um ensopado de lentilha
Título gozado né? Mas quero que primeiro leia esta história antes de eucomeçar a a falar sobre o assunto:
\”Um dia, quando Jacó estava cozinhando um ensopado, Esaú chegou do campo, muito cansado, e foi dizendo: Estou morrendo de fome. Por favor, me deixe comer dessa coisa vermelha aí . Jacó respondeu: Sim, eu deixo; mas só se você passar para mim os seus direitos de filho mais velho. Esaú disse: Está bem. Eu estou quase morrendo; que valor têm para mim esses direitos de filho mais velho? Então jure primeiro, disse Jacó. Esaú fez um juramento e assim passou a Jacó os seus direitos de filho mais velho. Aí Jacó lhe deu pão e o ensopado. Quando Esaú acabou de comer e de beber, levantou-se e foi embora. Foi assim que ele desprezou os seus direitos de filho mais velho.\”
Genises 25: 29-34 (Versão: NTLH)
Com essa pequena história de Esaú e Jacó, podemos tirar um exemplo de alguém que trocou a maior bênção que um filho poderia ter, que era a primogenitura. Segundo a Bíblia, o direito de primogenitura, dava ao filho mais velho, o privilégio de herdar uma porção dobrada dos bens paternos, depois da morte destes; também dava o direito de exercer o sacerdócio sobre a família e, no caso de Esaú, por ser ele o primeiro neto de Abraão, a primogenitura ainda incluía o direito de ficar na genealogia direta do Messias. Mas Esaú rejeitou tudo isso, pois chegando ele de uma caçada estava faminto e cansado, ou seja, sua carne estava necessitada, então cuidado, pois quando se está com fome, geralmente se diz que comemos até um boi, pois parece que qualquer coisa q nos apresente é pouco, e se não comermos logos, achamos que vamos morrer, muitas veses comemos até o que não gostamos. Estando Esaú assim trocou todasessas bênçãos por um prato de lentilha.
A história parece bizarra, onde já se viu trocar um bênção dessas por causa de um momento de fome e necessidade, porque Isaú poderia ter esperado um pouco mais ou ter feito se próprio gizado, ou outra coisa, mas ele desprezou seu direito olha o que ele diz na parte B Vs 34 \”…Foi assim que ele (Isaú) desprezou os seus direitos de filho mais velho.\”
E nós hoje, quantas vezes trocamos a bênção que o Senhor tem para nós por prazeres passageiros que satisfazem nossa carne, achando q não vamos conseguir aguentar. Em meio a dificuldade pensamos \”Será que vale a pena negar todo esses prazeres pela minha salvação\” ou \” O que isso me adianta se estou doente, em crise familiar, desempregado etc\” e muitas outras desculpa. Muitas vezes não sabemos esperar as promessas e cedemos as pressões por axar q de nada adianta essas promessas pois no momentos ela não nos pode ajudar, realmente ser primogénito naquela hora não iria matar sua fome, porque ele só iria usufruir depois que seu pai morresse, ele nem pensou nisso na hora, não deu o mínimo valor para o grande plano que Deus tinha para ele. Nós também tantas e tantas vezes não valorizamos o que Deus tem prometido para nós, ficamos murmurando e reclamando. Mas eu lhe pergunto o que adianta por um prazer passageiro perder a paz, o sono e até mesmo nossa vida eterna. Isaú matou sua fome sim. Mas quando chegou a hora de receber aquela promessas aí ele já tinha rejeitado e Jocó acabou tomando sua benção, e Esaú se arrependeu profundamente olhe o que diz os Vs 36ao 38 do capitulo 27:
\”Esaú disse: Esta é a segunda vez que ele me engana. Foi com razão que puseram nele o nome de Jacó. Primeiro ele me tirou os direitos de filho mais velho e agora tirou a bênção que era minha. Pai, será que o senhor não guardou nenhuma bênção para mim?
Isaque respondeu: Eu já dei a Jacó autoridade sobre você e fiz com que todos os parentes de Jacó sejam escravos dele. Também disse que ele terá muito trigo e muito vinho. Agora não posso fazer nada por você, meu filho. Porém Esaú insistiu: Será que o senhor tem só uma bênção? Abençoe também a mim, meu pai. E começou a chorar alto.\” (Versão: NTLH) Esáu se fez de vítima dizendo que Jacó o enganou, realmente jacó usou de malandragem para com Esáu e sofreu as consequencias depois, mas Isaú aceitou a proposta, poderia ter rejeitado se valorizasse as coisa de Deus, Isaú chorou e Isaque seu pai nada poderia fazer, ao contrario ainda amaldiçoou Esaú dizendo que ele que iria servir a jacó. E essas promessas se cumpre até hoje, pois de Isaú veio o povo islâmico, que hoje uma boa parte de concentra na Palestina, a qual ainda não consegui se tornar estado enquanto seu irmão edeu origem ao povo judeu que hoje é Israel que tem muito mais apoio e abundância, veja que uma decisão em um momento bobo, mudou toda a história. Veja o que diz hebreus 12 : 16-17
\”E tomem cuidado também para que ninguém se torne imoral ou perca o respeito pelas coisas sagradas, como Esaú, que, por causa de um prato de comida, vendeu os seus direitos de filho mais velho. Como vocês sabem, depois ele quis receber a bênção do seu pai. Mas foi rejeitado porque não encontrou um modo de mudar o que havia feito, embora procurasse fazer isso até mesmo com lágrimas.\”
O autor da carta ao Hebreus, nos exorta a não sermos igual a Isaú, pois ele só se arrependeu quando viu o que perdeu, muitos só vão se dar conta do que fizeram com sua vida quando estiverem diante de Deus dando contas de si, mas aí será tarde. Volte para seus caminhos, confesse a Deus seus erros, e ele lhe restuírá tudo o que é seu de novo, principalmente o seu nome no livro da vida. Depois disso aguente firme a provação, não desanime e nem ceda, pois vale apenas esperar o tempo certo para Deus nos recompensar, e quando você estiver diante de Deus você então ouvirá uma frase linda:
\”Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;\”
Mateus 25: 34
Creia!! Não desista!! não importa a luta que você enfrente Deus tem algo muito grande para aqueles que perseverarem até o fim. Que Deus lhe abençoe

fonte:http://estudos.gospelmais.com.br/trocando-a-bencao-por-um-ensopado-de-lentilha-2.html

Adoração em meio à Tribulação


“Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor “. 
Jó 1:21
Acredito que esta seja a oração, e o momento de adoração a Deus mais profundo das escrituras.
Os céus pararam. Os anjos estavam olhando para aquele homem. Demônios e o próprio satanás estavam ali na expectativa do que sairia da boca daquele homem. O Senhor conhecia o coração de Jó e sabia o que estava fazendo.
Naquele momento Jó havia perdido tudo. Talvez a maior tragédia da história aconteceu de uma vez para um só homem. O homem mais rico do oriente veio a falência. Perdeu tudo que tinha. Seus bens foram extintos em um único dia. Sua família grande e feliz se acabou no mesmo dia. Perdeu seus 10 filhos de uma só vez em uma tragédia. Sobraram apenas poucos para trazerem as más notícias a Jó.
E agora céus e terra esperavam para ver qual seria a reação daquele homem. E então, contra qualquer expectativa, indo contra as artimanhas de satanás que queria tirar a fé de Jó, esta frase sai da boca deste homem:
“Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor “.
Quando tudo está bem, quando o dinheiro está no bolso, quando não há enfermidade, quando Deus age da maneira que nós queremos então é fácil sair de nossas bocas: Louvado seja o nome do Senhor!!
Mas e quando a tragédia vêm? E quando o câncer é descoberto por um cristão? Deus fica menor quando o luto e a tristeza batem à nossa porta? Deus ficou pequeno ou perdeu o controle quando a situação financeira está crítica?
Jó sabia a resposta. Deus havia escolhido a pessoa certa para esta batalha. E permitiu que tudo isto acontecesse e ficasse marcado na história para mostrar que antes importa honrar o nome do Senhor independente das circunstâncias.
Jó estava disposto até a morrer pela honra do Senhor. Ele não o desonraria por ter permitido que perdesse tudo.
Será que seu cristianismo é baseado em trocas? Será que Deus pode contar com você como contou com Jó? Qual resposta têm saído de seus lábios diante das adversidades, tragédias ou provações?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado

Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho:
- Haja o que houver, eu  sempre estarei a seu lado.

Houve, nesta época um terremoto de  intensidade muito grande, que quase alisou as
construções lá  existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada.

Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu
  filho nesta hora estava na escola.
  Foi  imediatamente para lá.

  E a encontrou totalmente destruída. Não  restou, uma única parede de pé. Tomado de
  uma enorme tristeza. Ficou  ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa
  (não cumprida),  "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado".

Seu coração  estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de
  seu filho e sua promessa não cumprida, o  dilaceravam.

Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que  fazia diariamente segurando sua
  mãozinha. O portão (que não mais  existia); corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho
  confiante.  Passava pela sala do 3º ano , virava o corredor e o olhava ao entrar.  

Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo  trajeto. Portão, corredor, virou
  a direita e parou em frente ao que  deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha
  de material  destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a
  classe. Olhava tudo desolado.

  E continuava a ouvir sua  promessa:
  "Haja o que houver, eu sempre estarei com você".

  E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros  pais, que
  embora bem intencionados, e também desolados, tentavam  afastá-lo de lá dizendo:
- Vá para casa. Não adianta, não sobrou  ninguém.
- Vá para casa.

  Ao que ele retrucava:
- Você vai me ajudar?

  Mas ninguém o ajudava, pouco a pouco,  todos se afastavam. Chegaram os policiais, que
  também tentaram  retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém
  com vida.
  Existiam outros locais com mais esperança. Mas este  homem não esquecia sua promessa
  ao filho, a única coisa que dizia  para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:
- Você vai me  ajudar?

  Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e  foi a mesma coisa...
- Saia daí, não está vendo que não pode ter  sobrado ninguém vivo?

  Você ainda vai por em risco a vida de  pessoas que queiram te ajudar pois continuam
  havendo explosões e  incêndios.
  Ele retrucava :
- Você vai me ajudar?
- Você esta cego pela dor não enxerga mais nada.
- Você vai me  ajudar?

  Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem  descanso, apenas com pequenos
  intervalos mas não se afastava dali. 5h  / 10h / 12h / 22h / 24h / 30h .
  Já exausto, dizia a si mesmo que  precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.
  Até que ao afastar  uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho ouviu:
- Pai... estou  aqui!

  Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e  perguntou:
- Você esta bem?
- Estou. Mas com sede, fome e  muito medo.
- Tem mais alguém com você?
- Sim, da classe, 14  estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares.
- Estamos  todos bem.

  Apenas conseguia ouvir seus gritos de alegria.
- Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos  achar.
- Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...
- Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.
- Vamos,  abaixe-se e tente sair por este buraco .
- Não! Deixe eles saírem  primeiro...
- Eu sei; que haja o que houver...
- Você estará  me esperando!

                           (autor desconhecido)

A igreja como agente transformador na história



Referência: Mateus 5.13-16
INTRODUÇÃO
1. A igreja e o mundo são essencialmente diferentes
A igreja é chamada do mundo, está no mundo, mas não é mundo, antes chama do mundo aqueles que devem pertencer à família de Deus;
A igreja só é relevante quando é totalmente diferente do mundo. A amizade da igreja com o mundo é uma desastre (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; Rm 12.2).
Quando a igreja tenta imitar o mundo para atrair o mundo, ela perde sua capacidade transformadora.
2. A igreja exerce um papel restringidor na corrupção do mundo
A igreja é o sal da terra:
a) Coíbe a decomposição;
b) Preserva da corrupção;
c) Dá sabor;
d) Provoca sede;
Sem a presença da igreja o mundo tornar-se-ia um ambiente insuportável para se viver. A igreja é o grande freio moral do mundo.
3. A igreja exerce um papel positivo de transformação no mundo
A igreja é a luz do mundo
a) A luz é símbolo da verdade
b) A luz é símbolo da pureza
c) A luz é símbolo da vida
d) A luz dá direção – estrada
e) A luz aquece – no frio
f) A luz gera vida – fotossíntese.
I. QUANDO A IGREJA DEIXA DE SER UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO NA HISTÓRIA 
1. Quando ela confunde o evangelho com mero comportamentalismo legalista
O cristianismo não é o behaviorismo de Watson. Não é apenas mudança de esteriotipo. Não é verniz, fachada. Não é produzir crentes em série com clichês de massa. Não é usar o mesmo estilo de roupa, cabelo.
A nossa secretária Isabel: o pastor proíbe-a de pintar o cabelo, de ir à praia, de usar brinco.
Exemplo: o pastor que deu uma surra na filha por cortas as pontas do cabelo e a menino tirou sua vida.
2. Quando confunde evangelho com o platonismo cristão
Platão divorciou o espiritual do material. O mundo real era o mundo das idéias. O corpo era apenas a prisão da alma. Isso levou: 1) Ascetismo; 2) Licenciosidade;
Essa visão gerou o gnosticismo do primeiro século – que desvalorizava o corpo. Torna-se uma espiritualidade de fuga, de escapismo.
Essa visão produziu também o Pietismo do século XVII – O pietismo saiu de um extremo: ortodoxia sem piedade para o outro extremo: piedade sem ortodoxia. Deus está interessado na alma e não no corpo.
Essa visão gerou o movimento Quaker – Tremor. O que importa não é a verdade, mas a luz interior. A verdade subjetiva é mais importante que a verdade objetiva. Experiência é mais importante do que a Palavra.
3. Quando confunde o evangelho com um cristianismo de gueto
Muitas pessoas ao se tornarem crentes se isolam das outras pessoas, se trancam numa estufa, numa redoma de vidro, numa bolha espiritual se tornam sal no saleiro e depois sal insípido.
Elas não se apresentam, não se inserem, não influenciam, não salgam, não resplandecem. Tornam-se anti-sociais e conformistas.
Exemplo: os cristãos que na Idade Média se isolaram nos mosteiros e conventos.
4. Quando confunde o evangelho com o misticismo religioso
Nós somos uma cultura mística: 1) Pagelança indígena; 2) Idolatria do Catolicismo Romano; 3) O misticismo da kardecismo europeu; 4) A magia dos cultos afro-brasileiros procedentes da África.
O catolicismo durou séculos induziu o povo a crer no misticismo: relíquias, santos, rezas, penitências.
Hoje algumas igrejas neo-pentecostais, principalmente a IURD é campeã do misticismo. Trocam apenas o rótulo, mas o povo é mantido no mesmo misticismo tosco.
5. Quando confunde o evangelho com doutrina sem vida
Há muitas pessoas que são ortodoxas de cabeça e hereges de conduta. São ortodoxos na teoria e liberais na prática. Defendem doutrinas certas e vivem uma vida errada. São zelosos das tradições da igreja, mas vivem na prática do pecado.
Pregam o que não vivem. Exigem dos outros o que não praticam. Coam mosquito e engolem um camelo.
6. Quando confunde o evangelho com o liberalismo teológico
O liberalismo entrou na igreja com o racionalismo, iluminismo. Começou com a alta crítica de Dibelius, a demitologização de Bultman. O liberalismo matou igrejas na Europa, na América. Agora, as denominações históricas no Brasil já estão se capitulando ao liberalismo. O ensino liberal já tomou conta dos principais seminários das grandes denominações no Brasil.
Uma igreja liberal nunca experimentou um avivamento. Uma igreja liberal nunca cresceu. Uma igreja liberal nunca impactou a sociedade.
O Ecumenismo está hoje apadrinhando muitas igrejas históricas.
II. COMO A IGREJA PODE TORNAR-SE UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO NA HISTÓRIA 
1. Quando ela vive como luzeiro no mundo
A vida da igreja é sua primeira mensagem. E sua mensagem aos olhos. A igreja só tem uma mensagem, se ela tem vida. Sem testemunho não há proclamação.
A vida precede ao trabalho. O exemplo é mais importante do que a atividade.
2. Quando ela anuncia o Evangelho com senso de urgência 
a) A igreja precisa ter um alto conceito da Escritura (suficiência) – 2 Tm 3.14-16
b) A igreja precisa ter um alto conceito do evangelho – Rm 1.16
c) A igreja precisa saber que não há outro evangelho – Gl 1.8
d) A igreja precisa pregar o evangelho no poder do Espírito – 1 co 2.4; 1 Ts 1.5;
e) A igreja precisa pregar com lágrimas.
3. Quando usa todos os métodos legítimos para alcançar o maior número
1 Co 9.23 – Paulo não está ensinando duplicidade, mas flexibilidade.
Jesus abordou as pessoas de formas diferentes: Nicodemos, Paralítico de Betesda, Zaqueu, o leproso.
Jesus quebrou tabus para evangelizar: A mulher samaritana
a) Preconceito do cardápio – pão imundo, cidade dos bêbados;
b) Preconceito racial – mulher samaritana
c) Preconceito cultural – era uma mulher
d) Preconceito religioso – Ela adorava no monte Gerizim.
e) Preconceito moral – Ela tinha passado por 5 divórcios e agora vivia com um amante.
Jesus usou vários métodos para alcançar o maior número possível de pessoas
a) Evangelização pessoal – Há 35 entrevistas pessoais de Jesus nos evangelhos;
b) Evangelização de massa – Várias vezes, Jesus pregou para multidões. Há cruzadas hoje na África reunindo mais de um milhão de pessoas.
c) Evangelização pelo ensino – Sermão do monte.
d) Evangelização pelo serviço – Jesus curou, alimentou, consolou, serviu.
Paulo usou também vários métodos para alcançar o maior número de pessoas:
a) Evangelização pessoal – a guarda pretoriana – Fp 1.13
b) Evangelização nos lares – At 20.20 (Primeira IPB de Manaus)
c) Evangelização pela apologética – At 17
d) Evangelização pela literatura – Cartas.
4. Quando ela se torna o braço estendido de Deus na prática do bem
A igreja sempre foi pioneira nas grandes transformações da sociedade:
a) Libertação da mulher dos preconceitos.
b) Restauração da dignidade da criança e da mulher;
c) Libertação dos escravos;
d) Quebra do preconceito racial;
e) Criação de hospitais, escolas, academias, creches, instituições de socorro aos aflitos e excluídos.
f) Progresso científico;
g) A promoção do trabalho como uma liturgia para Deus e serviço ao próximo;
5. Quando a igreja se torna voz profética no mundo
A igreja não pode ser conformista, omissa, covarde
a) João Batista denunciou o adultério do rei Herodes,
b) Jesus chamou Herodes de raposa;
c) Os apóstolos ensinaram que a obediência ao poder civil tem limites.
d) Tiago denunciou a ganância dos ricos fraudando o salário dos trabalhadores;
e) Amós denunciou os juizes que vendem sentenças;
f) Isaias denunciou o pecado da ganância insaciável que leva a riqueza a se ajuntar nas mãos de poucos (Is 5).
g) Os profetas denunciaram o pecado no palácio, no templo, nas ruas.
h) Os reformadores denunciaram o pecado.
i) Os avivalistas também o fizeram
j) O avivamento se deu porque a igreja saiu na frente para defender o povo do despotismo japonês.
k) A igreja precisa se posicionar sobre os desmandos contra a lei moral de Deus: aborto, homossexualismo, corrupção, idolatria.
6. Quando a igreja se coloca na brecha clamando a Deus por um tempo de restauração
a) O avivamento na Inglaterra no século XVIII – Wesley, Whitefield salvou a Inglaterra do banho de sangue da revolução francesa.
b) O avivamento americano no século XIX
c) O avivamento galês no século XX.
CONCLUSÃO 
O que a Primeira IPB de Vitória pode fazer para transformar suas famílias, seu bairro, sua cidade, influenciar nosso Estados e país?
Que instrumento nós temos nas mãos para fazer isso? O que não estamos fazendo que precisamos fazer? O que estamos precisando corrigir? O que precisamos deixar de fazer?
Sonho em influenciar nossa região multiplicando nossa mensagem: culto pela internet (Batista Getsêmani), rádio, TV, DVD, literatura.
Sonho com os lares se transformando em agências de evangelização.
Sonho com os nossos jovens sendo influenciadores nas faculdades e escolas.
Sonho com os nossos empresários abrindo seus escritórios, fábricas, empresas para serem pólos de evangelização.
Sonho com a influência do exemplo dos membros em suas frentes de trabalho.
Fonte: Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Segurança E Proteção Debaixo De Suas Asas



"Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas
encontras refúgio" (Salmos 91:4).


Com que frequencia você, quando era uma criança, deu uma
topada, machucou o pé ou cortou a mão? Quando isso
acontecia, com que frequência você corria para os braços de
sua mãe chorando por causa de seu infortúnio? Com carícias
amorosas e com beijos ternos em seu machucado, ela tinha a
cura mágica e o conforto perfeito. O amor e compaixão contêm
um bálsamo mais forte que qualquer pomada ou unguento feito
pelos homens. (Billy Graham)


É verdade que o amor é o maior bálsamo para todos os nossos
sofrimentos. Uma palavra amiga, um carinho nas horas
difíceis, um consolo nos momentos de desespero... como nos
faz bem!


E tudo isso podemos obter, sempre que necessitamos, de nosso
amado Senhor Jesus. Ele é o melhor Companheiro nas horas de
angústia e aflição; é o Amigo inseparável quando a solidão
se abate sobre nós; é o Ajudador quando as batalhas são
muito duras; é o Médico quando as enfermidades nos atingem;
é o Advogado quando nos sentimos prejudicados e humilhados;
é o Deus de amor que está sempre pronto a nos socorrer.


Não somos mais crianças, mas podemos correr para os braços
de nosso Pai quando a dor nos aperta, quando o coração
sofre, quando a alma está dolorida pelas adversidades do
caminho. Ele nos abraça, nos acaricia, nos estimula a
confiar em Seu amor e em Seus cuidados. A Sua voz é
refrigério, o Seu olhar é regozijo, as Suas mãos são
esconderijo para nossa inquietação.


Nos braços de nosso Pai estamos abrigados e seguros. Em Sua
presença temos graça e unção. Confiando nEle, mesmo debaixo
de tempestades, sempre seremos abençoados.


Quer ser feliz? Busque abrigo nos braços do Senhor.


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IRREVERSÍVEL



"porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis." (Romanos 11:29 ARA)
Deus é tão bom que eu tenho de ficar admirado dentro de mim. Eu não mereço o feijão que como nem a sombra que faço. Sou humano, sou falho, tenho limitações incontáveis e ainda assim Ele me ama, cuida de mim, investe em mim e se dispõe a me usar para Ele. É puramente por amor, pois minha natureza humana é carnal e portanto não serve para Deus. Por isso, Ele me mandou o Seu Espírito Santo que me aperfeiçoa, me ensina, me faz lembrar de tudo quando Jesus ensinou e me convence do meu pecado. Ato de amor.
Mas o que talvez eu nunca tenha parado para reparar é que isso me foi dado de presente e não vai ser tomado de volta nem cancelado - significado de "irrevogável". Eu posso, embora não queira e nem deva, mas posso desmerecer, não usar, menosprezar, posso até ignorar a existência. Mas é meu, e quem deu não toma de volta.
Pense que salvação é dom de Deus, pense que amor é o dom supremo, tudo que pode ser usado nesta vida para nos assemelhar ao Pai é dom de Deus. Há os dons que nos conduzem aos ministérios (Efésios 4:11) e outros que nos capacitam (1 Corintios 12). O que todos têm em comum? Foram dados por Deus aos homens para edificação, tanto individual como coletiva. Nenhum destes será tomado de volta, cancelado ou anulado. Ainda que alguns se percam na caminhada, Deus não foi o culpado, não foi Ele.
Meu querido, você é alvo do amor de Deus a ponto Dele mandar Seu Filho para morrer em seu lugar. Mais ainda, como não seríamos capazes de tocar a vida sozinhos, nos enviou Seu Espírito Santo e este nos concede capacidades (dons) para vivermos sua vontade. Pode ser que sua vida inspire ou sugira algo diferente, mas isso é momentâneo e não define seu destino. Deus te ama e isso jamais será retirado ou cancelado.
"Pai, muito obrigado por me amar tanto, por me dar tanto, por investir tanto em mim. Te agradeço, especialmente, por tantos presentes que chamamos de dons. Obrigado!"
Mário Fernandez
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Cristo se transformou em um estranho em nosso meio?



 Um Pentecostes Sem Cristo
O que vem a seguir se trata de um aviso profético proveniente da rua Azusa há 75 anos atrás, em relação aos perigos de um Pentecostes sem Cristo!
Frank Bartleman foi uma testemunha ocular do derramamento do Espírito Santo em 1907 na rua Azusa, em Los Angeles. Foi considerado o “Repórter do Reavivamento da rua Azusa”. Há quase 75 anos atrás, durante o derramamento, ele escreveu um folheto prevenindo quanto a um Pentecostes sem Cristo.
Ele avisou: “Não devemos possuir uma doutrina, ou buscar uma experiência, com exceção de Cristo. Muitos estão querendo buscar poder a fim de realizar milagres, buscar atenção e aplauso das pessoas para si, roubando dessa maneira, a glória pertencente a Cristo, fazendo uma bela exibição na carne. Esta necessidade parece ser maior quando se aplica aos verdadeiros seguidores do manso e humilde Jesus. O entusiasmo religioso facilmente não dá em nada. Desta maneira o espírito humano supera este espírito religioso, que se exibe. Mas necessitamos nos prender ao nosso texto: Cristo”.
“Qualquer obra que exalte o Espírito Santo ou os ‘dons’ acima de Jesus, no fim acaba em fanatismo. Tudo aquilo que nos leva a exaltar e a amar Jesus é bom e seguro. O oposto leva à ruina. O Espírito Santo é uma grande luz, porém sempre focaliza Jesus para a Sua revelação.”
“Em qualquer lugar onde o Espírito Santo está efetivamente no controle, Jesus é proclamado o Cabeça; o Espírito Santo, o Seu gerente.”
Em outro local, o irmão Bartleman previne: “A tentação parece caminhar em favor de manifestações vazias. Isto não requer nenhuma cruz em particular, nem que se morra para si próprio. Daí o porque de ser tão popular.” “Não devemos colocar o poder, os dons, o Espírito Santo, na realidade nada, à frente de Jesus. Todo ministério de missões que exalta até mesmo o Espírito Santo acima do Senhor Jesus Cristo está destinado aos agitos do erro e do fanatismo.”
“Parece que há o grande perigo de se perder de vista o fato de Jesus ser ‘tudo em todos’. A obra do Calvário, a obra da expiação, devem constituir o foco da nossa consideração. O Espírito Santo jamais irá desviar a nossa atenção de Cristo para Si próprio – mas em vez disso irá revelar Cristo de uma maneira mais ampla. Corremos o perigo de fazer pouco caso de Jesus – deixando que Ele ‘se perca no templo’, devido à exaltação ao Espírito Santo e aos dons do Espírito. Jesus precisa ser o centro de tudo.”
Não considero que a advertência de irmão Bartleman seja algo inconseqüente. O risco de um Pentecostes sem Cristo é muito real hoje em dia. Digo-lhes que é possível reunir pessoas cheias do Espírito em um lugar, em louvor e com as mãos levantadas – e mesmo assim Cristo caminhar entre elas como um estranho!
É verdade que Ele disse: “…onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mat. 18:20). Mas Ele pode estar em nosso meio como estranho! Ignorado, não reconhecido – exatamente por aqueles que se reúnem em Seu nome! Os judeus se reuniam todo sábado na sinagoga para falar do Seu nome, e para profetizar a Sua vinda. Louvavam o nome do Pai que prometera enviá-lO. Pronunciavam o nome do Messias com temor religioso e reverência. E então, quando veio e andou no meio deles – Ele não foi reconhecido! Ele era um estranho para eles!
Cristo, um estranho no meio de uma congregação cheia do Espírito? Um estranho no meio daqueles que proferem o Seu nome – que adoram o Pai que O enviou? Um estranho para aqueles que cantam as Suas hosanas, que chamam-nO de “Senhor, Senhor”?
Sim! Com certeza que sim! Não só é possível – isso está acontecendo entre o escolhido povo de Deus hoje!
Vou lhe mostrar três maneiras pelas quais fazemos de Cristo um estranho em nosso meio! Que o Espírito Santo possa remover a nossa cegueira espiritual de modo que possamos outra vez enxergá-lO do modo que Ele realmente é – o Senhor de tudo!
I. Fazemos De Cristo Um Eestranho – Ao Conceder Ao Espírito Santo Proeminência Sobre Ele !
Cristo, e somente Cristo, deve ser o centro da vida e da adoração!
“Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Col. 1:18-19).
“Para em todas as cousas ter a primazia…” Ou seja, distinto e proclamado acima de todos os outros. Tendo o primeiro lugar em todas as coisas. Nem mesmo o Espírito Santo deve ser exaltado acima desse nome! O cenáculo não pode jamais fazer sombra à Cruz! Não ousamos achar que Cristo é simplesmente Aquele que enviou o Espírito Santo. Em outras palavras: “Obrigado, Jesus, por enviar alguém melhor.” Cristo enviou o Espírito Santo para revelar a Sua própria plenitude em nosso interior!
Quando o Espírito Santo Se torna o centro da nossa atenção, a igreja sai do foco! O Espírito Santo desceu sobre Cristo quando Este saiu das águas batismais, e o Pai a respeito dEle declarou: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo…” O Espírito desceu corporalmente na forma de uma pomba, mas quem estava em evidência era o Cordeiro de Deus – que tira os pecados do mundo. Não foi a pomba, mas o Cordeiro!
Cristo falou aos Seus discípulos a respeito do Pentecostes que viria, quando o Espírito seria derramado com um único propósito: era um poder a ser dado para elevar o nome de Cristo! “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas…até aos confins da terra.” (Atos 1:8).
Jesus deixou claro que quando o Espírito Santo vier, Ele não irá chamar atenção para Si próprio, mas que irá Se concentrar na palavras de Cristo. Ele irá exaltar Cristo.
“Quando vier, porém, o Espírito da verdade…não falará por si mesmo…Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vô-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vô-lo há de anunciar” (Jo. 16:13-15).
Jesus dizia: “Ele lhes mostrará a minha glória, meu poder, o meu reino. Ele lhes lembrará todas as minhas palavras”. A primeira tarefa do Espírito Santo não é a comunhão, apesar de que Ele faz os crentes serem um em Cristo. Não se trata de um êxtase. Não se trata simplesmente de nos ensinar uma língua que não aprendemos. O Espírito veio para exaltar a Cristo! Para guiar toda a humanidade à verdade de que Cristo é Senhor! Não é suficiente dizer que o Espírito nos aproximou uns dos outros – Ele necessita nos colocar mais perto de Cristo!
A plenitude do Espírito é a plenitude de Cristo. Se você não possui por Cristo um amor que o consome, você não possui um batismo do Espírito Santo! Cristo, o batizador, enviou o Espírito Santo para colocar as nossas almas em chamas pela humanidade perdida, para que saiamos pelas estradas, pelos montes e vales para alcançarmos os não salvos. Para mudar drasticamente o nosso ocioso ritmo de vida e levar-nos a fazer a Sua obra. O bendito Espírito Santo será entristecido, e finalmente Se afastará, no momento que os homens tentarem exaltá-lO acima do Filho de Deus! Ele não permitirá que o Seu poder seja insultado por aqueles que desejam apenas o dom e não Cristo, o Doador!
O que é uma genuína reunião do Espírito Santo? Será que é aonde todos falam em línguas? Ou onde as pessoas são curadas? Aonde os santos saltam de alegria? Aonde os santos estão profetizando? Mais – muito mais do que isso! É onde Cristo está sendo exaltado, onde a Sua santidade penetra a alma, onde homens e mulheres caem diante de Seu santo trono, quebrantados, humildemente proclamando: “Santo, Santo”. O movimento do Espírito Santo é um movimento para ficarmos mais perto de Cristo, mais aprofundados em Cristo, com uma submissão maior ao Seu senhorio!
II. Fazemos De Cristo Um Estranho Quando Lhe Trazemos Louvor Mas Não Lhe Trazemos Oração !
Louvamos um Cristo a quem não oramos! Transformamo-nos em um povo de louvor, mas não em um povo de oração. Para muitos do povo de Deus, o quarto de oração é uma relíquia do passado. “Por que pedir a Deus aquilo que Ele já prometeu? Apenas aproprie-se das promessas e simplesmente ordene as bênçãos!” Deixamos de querer a Cristo mais do que desejamos aquilo que Ele pode fazer por nós. Queremos uma fuga da dor e do sofrimento. Queremos que os nossos problemas desapareçam. E encontramo-nos tão presos em nossa fuga da dor, que perdemos o verdadeiro sentido da Cruz. Recusamos cruzes e perdas – não aceitamos um Getsêmane para nós! Não aceitamos noites de agonia! Nem mesmo conhecemos esse Cristo sofredor, sangrante, ressurrecto!
Queremos o Seu poder que cura. Queremos as Suas promessas de prosperidade. Queremos a Sua proteção. Queremos mais dos bens desta terra. Queremos a Sua felicidade. Mas na realidade, não O queremos, só!
A Igreja antes confessava os seus pecados – agora ela confessa os seus direitos.
Quantos de nós iríamos servi-lO se Ele não oferecesse nada, a não ser Ele próprio? Sem curas. Sem sucesso. Sem prosperidade. Sem bênçãos do mundo. Sem milagres, sinais ou maravilhas. O que seria se outra vez, tivéssemos de aceitar alegremente o despojo de nossos bens? O que seria se, em vez de um navegar sereno e de uma vida sem problemas, enfrentássemos o naufrágio, os temores por dentro e as lutas por fora? O que seria se, em vez de um viver sem dores, sofrêssemos zombaria cruel, apedrejamento, derramamento de sangue, se fôssemos serrados ao meio? O que seria se, em vez de nossas belas casas e carros, tivéssemos de vagar pelos desertos vestindo pele de ovelhas, escondendo-nos em covas e em cavernas? O que seria se, em lugar de prosperidade, sofrêssemos destituição , aflição e tormento? E o melhor que nos poderia ser dado era Cristo?
Muito poucos no povo de Deus ainda oram! Estão muito ocupados em atividades para Jesus para falar com Ele! Os ministros em particular, tornaram-se tão ocupados realizando a obra do reino, que têm pouco ou nenhum tempo para orar. Têm tempo para visitar, para construir, para viajar, tempo para férias, para assistir a reuniões, tempo para recreação, para a leitura, aconselhamento, mas não têm tempo para orar!
Os pregadores que não oram se tornam promotores de eventos. Tornam-se empreiteiros de obras frustrados. Ao perder o contato com Deus, perdem o contato com o seu povo e com as suas necessidades. Os pastores que não oram possuem egos que se movimentam fora do controle. Fazem as coisas do jeito que querem. Colocam o suor no lugar da unção.
Os evangelistas que não oram se tornam “stars”, contadores de histórias. Falta-lhes humildade, por isso manipulam as multidões através de seus truques emocionais. O clamor de muitos pastores é: “Oh Deus, onde vou achar um evangelista que não se interesse por dinheiro ou que não esteja fazendo algum tipo de promoção? Alguém que possa trazer o céu até nós e tornar Cristo real? Oh, Deus conceda-me um homem de oração que coloque minha congregação de joelhos!” A vergonha desta geração é que possuímos muitos homens de Deus talentosos, e apenas poucos que tocaram Deus em oração.
Há ainda menos oração entre os membros da igreja! Sou 100% a favor de que se volte a ter oração em nossas escolas públicas! Mas o problema real de Deus não é este! O problema dEle é que se volte a ter oração em nossos lares! O problema dEle é fazer com que o Seu próprio povo escolhido volte a orar! E você é um falso, caso lute a favor da oração escolar e negligencie a sua própria oração em secreto!
Nós oramos? Oh, sim! Quando precisamos de algo. Temos a fórmula já engatilhada: “em nome de Jesus”. Só precisamos dEle para contra-assinar os cheque com os nossos pedidos diante do Pai. Já estou esgotado de tanto ouvir as pessoas dizendo: “Estamos em uma época de muitas atividades – não tenho tempo para orar. Eu gostaria, mas não tenho tempo”. Não! Não é falta de tempo; é falta de vontade. Nós produzimos tempo para aquilo que realmente queremos fazer. Olhem os nossos jovens cristãos! Desperdiçando tempo jogando Pac-man, Galaxy War, de maneira simplória, entediados, inquietos, em busca de atividades! Porém sem tempo para orar! Sem tempo para Jesus! Oh, Deus! É preciso haver uma maneira! Um jeito! Coloque esta geração de joelhos. Não apenas o Pai Nosso, mas uma comunhão diária com Cristo.
O nosso Salvador, que cuida e se interessa por múltiplos universos, tem tempo para orar particularmente por você! Ele usa o tempo para interceder por você diante do trono de Deus (Heb. 7:25), e você diz que não tem tempo para orar a Ele!
Trabalhamos ativamente para um Cristo que ignoramos. Vamos a qualquer lugar, fazemos tudo em Seu nome. Porém não oramos. Cantamos no coro. Visitamos os doentes e os presos. Porém não oramos. Aconselhamos os ofendidos e os necessitados; passamos a noite em claro para confortar um amigo, porém não oramos. Combatemos a corrupção! Entramos em uma cruzada a favor da moralidade! Levantamo-nos contra as armas nucleares! Porém não oramos!
Mais importante, não oramos porque em verdade não acreditamos que ela funcione. A oração é uma tremenda batalha! É aonde acontecem as vitórias! É onde se morre para o ego! O local onde um Deus santo expõe pecado secreto! Não é de admirar que Satanás tente impedir a oração! Um homem de oração estremece o inferno. Este homem ou mulher são marcados pois Satanás sabe que a prece é o poder que esmaga o seu reino. Satanás não teme os santos famintos por poder, porém treme ao ouvir um santo em oração!
III. Fazemos De Cristo Um Estranho Em Nosso Meio Quando Desejamos O Seu Poder Mais Do Que A Sua Pureza !
Reader Harris, um inglês diretor da Liga Pentecostal de Oração, uma vez desafiou uma congregação quanto a esse assunto de poder e autoridade. Ele disse: “Aqueles que anseiam por poder, façam uma fila à minha direita. Aqueles que anseiam por pureza, façam uma fila à esquerda”. O grupo fez uma fila de 10 a 1 – a favor do PODER!
No livro de Atos, o Pentecostes era mais um sinônimo de pureza do que de poder. Pedro relatou ao concílio em Jerusalém o que Deus fez na casa de Cornélio, “Deus… concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós o concedera…purificando-lhes pela fé o coração” (Atos 15:8-9).
Qual é o homem ou a mulher de Deus com poder? Será o que cura os enfermos e levanta os mortos? Será o que melhor fala em línguas e profetisa? Será o que atrai mais gente e constrói a maior igreja? Não! Quem tem poder é aquele que tem pureza! “…o justo é intrépido como o leão” (Prov. 28:1).
O profeta Malaquias profetiza a respeito da purificação sobrenatural a vir sobre a casa de Deus.
“…virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais…Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque Ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas” (Malaquias 3:1-3).
Esta é uma dupla profecia. Ele fala da primeira vinda de Cristo e também da segunda! Ele voltará subitamente, como o ladrão na noite. Mas antes, vai purificar a Sua Igreja.
Não estamos preparados para a vinda de Cristo! Será esta a igreja triunfante? Cheia de cobiça, divórcio, deprimida, mundana, ansiosa pelo materialismo e pelo sucesso, competitiva, morna, adúltera, rica e cheia de bens, ignorante quanto á sua cegueira e à sua pobreza espiritual, amante dos prazeres, preocupada com recreação, consumida pelos esportes, pela política e pelo poder – será esta a Igreja para a qual Jesus voltará? Com soluções simplórias, cheia de medo e ansiedade, satisfazendo-se em apenas apresentar saúde e felicidade?
A minha Bíblia diz que Ele vai voltar para uma Igreja vencedora! Uma Igreja sem mácula ou ruga! Um povo cujas afeições situam-se nas coisas lá do alto! Um povo de mãos limpas e corações puros. Um povo que aguarda a Sua vinda! Um povo com uma mentalidade de “nova Jerusalém”.
A pergunta deixou de ser: “O que será que a minha fé pode fazer por mim? Qual o milagre que Ele vai fazer para mim?” A pergunta passa a ser: “O que farei diante dEle? O que será de mim no Julgamento?” “…quem poderá subsistir quando ele aparecer?” (Malaquias 3:2).
A pergunta deixou de ser: “Está tudo bem comigo? Como ter a felicidade? Como realizar os desejos do meu coração?” A pergunta passa a ser: “Como vou agüentar o momento em que estiver diante do Trono do Julgamento de Cristo? Como irei agüentar tendo vivido tão sem cuidados, de um jeito tão egoísta, negligenciando a Sua grande salvação?” O que conta agora não tem nada a ver com este mundo, em absoluto. O que conta é: “Será que tenho negligenciado a Cristo nesta hora da meia-noite?”
A purificação vai começar no púlpito! “…purificará os filhos de Levi…” (Malaq. 3:3). Deus fará isso como “…derretedor e purificador…” Deus tornará as coisas tão quentes, tão abrasivas, tão intensas, que os homens de Deus serão levadas a se ajoelharem! Este é o fogo do Espírito Santo! É o fogo da perseguição. É o fogo da tribulação. O fogo das dificuldades, dos ridículos, dos mexericos e dos problemas financeiros inacreditáveis. Ele irá abalar tudo que possa ser abalado! Ele irá abalar, escarificar, incinerar, purgar – e purificar!
Nenhum homem ou mulher escapará da purificação! Deus está determinado a remover toda a nossa escória e a nossa imundície. A purificação irá alcançar os bancos da igreja a partir do púlpito! Preparem-se, santos! Deus está se preparando para revelar todo pecado, todo adultério, toda estupidez! O Santo Espírito irá reprovar-nos pelo pecado. Como vamos ficar brincando de jogos quando Deus nos coloca no Seu cadinho de provação e acende o fogo? O seu batismo pelo Espírito Santo vai agora colocar fogo nele!
Malaquias disse: “…vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará…” (Mal.4:1).
Deus também promete arrasar as fortalezas do inimigo! Ele vai fazer com que de uma vez por todas, o diabo e o mundo saibam Quem detém o poder!
Se Deus está prestes a realizar tudo que os profetas previram que faria – como é glorioso o futuro que está bem à nossa frente!
  • Um ministério purificado, refinado!
  • Uma Igreja que Deus chama de volta ao arrependimento e à santidade.
  • Um povo lavado, limpo – oferecendo louvores em genuína retidão.
  • Um reavivamento entre os nossos jovens! Redutos de drogas ruindo! O álcool e o divórcio deixando de prevalecer entre o povo de Deus.
  • O som da oração – intercessão!
  • Um povo de Deus que discernirá entre o santo e o profano!
  • Em toda parte, o povo de Deus voltando à Palavra.
  • Um povo provado, testado, novamente dedicado à Pessoa de Jesus Cristo!
  • A Sua Pessoa sendo elevada para atrair a todos para Si próprio!
  • Cristo deixando de ser um estranho em nosso meio, mas sendo coroado – proeminente !
  • Um Pentecostes que verdadeiramente exalta o nome e o poder de Jesus Cristo, o Senhor de tudo.
 por: David Wilkerson
Publicado com permissão de:
World Challenge, Inc.
PO Box 260
Lindale, TX 75771
www.worldchallenge.org

A morte de uma igreja


DeadChurch 300x278 A morte de uma igreja As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região, há menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje?
Em primeiro lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira, que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia quanto na ética. Uma igreja não tem antídoto para resistir à apostasia e à morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo quanto ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade.
Em segundo lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.
Em terceiro lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando, na verdade, era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
Em quarto lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortodopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.
Em quinto lugar, a morte de uma igreja acontece quando lhe falta perseverança no caminho da santidade. As igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração.
Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa igreja nas próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou igreja morta?
por: Rev. Hernandes Dias Lopes

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ministério do Apóstolo Paulo

Ministério do Apóstolo Paulo
ÍNDICE
Conversão de Paulo
Primeira Viagem Missionária de Paulo
Escrita de Gálatas
Tema Central de Gálatas
Conteúdo Geral de Gálatas
Segunda Viagem Missionária de Paulo
Escrita de I e II Tessalonicenses
Conteúdo Geral de I e II Tessalonicenses
Terceira Viagem Missionária de Paulo
Escrita de I aos Coríntios
Escrita de II aos Coríntios
Escrita de Romanos
Conteúdo Geral de I Coríntios
Conteúdo Geral de II Coríntios
Conteúdo Geral de Romanos
Continuação da 3a Viagem Missionária (Retornando a Jerusalém)
Prisão de Paulo em Jerusalém e Cesaréia
Primeira Prisão de Paulo em Roma
Escrita de Efésios, Colossenses e Filemom
Escrita de Filipenses
Conteúdo Geral de Efésios e Colossenses
Conteúdo Geral de Filipenses
Período de Liberdade de Paulo entre suas Duas Prisões em Roma
Escrita de I Timóteo e Tito – 15
Segunda Prisão de Paulo em Roma – 15
Escrita de II Timóteo e Martírio de Paulo – 15
Conteúdo Geral das Pastorais – 15
DATA EVENTOS E COMENTÁRIOS
29 Início da pregação de João Batista
30-33 Ministério terreno de Jesus
33 Morte e ressurreição de Jesus
Pentecoste (At 2)
Início da pregação do evangelho em Jerusalém, Judéia e Samaria (At 8.1)
35-37 Conversão de Paulo no caminho de Damasco (At 9.1-19).
Paulo vai de Damasco para a Arábia (Gál 1.17) e retorna a Damasco onde prega nas sinagogas dos judeus (At 9.20), e decorridos três anos foi perseguido pelos judeus em Damasco, tendo fugido para Jerusalém (At 9.23-25), onde esteve com Pedro e Tiago (Gál 1.18,19). Tendo pregado em Jerusalém e tendo sofrido perseguição por parte dos judeus helenistas, foi para Cesaréia, de onde partiu para Tarso (At 9.28-30)
38 Antioquia da Síria é evangelizada e Barnabé foi buscar Paulo em Tarso para ministrar-lhes, e ensinaram o evangelho a eles durante um ano (At 11.23-26) porque tiveram que ir a Jerusalém levando uma oferta daquela igreja para os crentes da Judéia em razão da fome que veio sobre todo o mundo nos dias do imperador Cláudio (At 11.27-30). Cumprida a missão em Jerusalém, Paulo e Barnabé retornaram a Antioquia, trazendo consigo a João Marcos (At 12.25), e permaneceram ministrando em Antioquia até serem chamados pelo Espírito Santo para a evangelização do mundo gentio, cerca do ano 46.
46-47 PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 13.1 – 14.28)
Evangelização da Ilha de Chipre e Galácia (Perge, Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe). A Galácia era um distrito da Ásia Menor, assim como eram a Cilícia, o Ponto e Capadócia, a Leste; a Bitínia e a Mísia ao Norte, a Lídia e a Ásia a Noroeste, que compreendia as cidades relativas às sete cidades do Apocalipse, e entre estas a de Éfeso; a Frígia, a Lícia e a Panfília, ao Sul; e a Galácia, Licaônia e Panfília, ao Centro. Este território da Ásia Menor é ocupado atualmente pela Turquia.
João Marcos abandonou Paulo e Barnabé desde o início, depois de terem evangelizado Chipre (At 13.13), tendo voltado para Jerusalém, quando chegaram em Perge, na Panfília, que era uma cidadeportuária. Em Antioquia da Psídia, Paulo procurou pregar o evangelho primeiro aos judeus em suas sinagogas (At 13.14) mas como estes se mostraram endurecidos e invejosos da conversão dos gentios, Paulo passou a intensificar sua ministração junto aos gentios (At 13.44-46). A Palavra do Senhor era pregada e “creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48,49). Perseguido pelos judeus Paulo partiu para Icônio.
Em Icônio creu uma multidão tanto de judeus, como de gregos, e o Senhor “confirmava a Palavra da sua graça, concedendo que por mão deles se fizessem sinais e prodígios” (At 14.3). Mas, perseguidos pelos judeus incrédulos, Paulo e Barnabé tiveram que fugir para Listra.
Em Listra, o Senhor curou pelas mãos de Paulo um paralítico de nascença (At 14.8-10), e judeus vindos de Antioquia da Psídia e Icônio instigaram as multidões para apedrejarem a Paulo, que foi dado como morto, mas rodeado pelos discípulos, levantou-se e partiu com Barnabé para Derbe (At 14.19,20) onde anunciou o evangelho e fez muitos discípulos, tendo retornado para Listra, Icônio e Antioquia, “fortalecendo as almas dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé: e mostrando que, através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” (At 14.21,22).
Depois de orar com jejuns, Paulo e Barnabé promoveram a eleição de presbíteros para cada igreja destas cidades da Galácia, (Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia), que haviam sido evangelizadas (At 14.23) e onde foram organizadas igrejas.
Perge, que tenha sido talvez apenas um ponto de escala para Antioquia da Psídia no início da 1a viagem de Paulo (At 13.14) foi evangelizada quando Paulo e Barnabé estavam retornando para a igreja de Antioquia da Síria (At 14.25) a igreja que os enviou, e à qual prestaram relatório de tudo que Deus fizera por meio deles (At 14.26-28). Encerrando-se assim a 1a viagem missionária de Paulo entre os gentios.
48 Paulo e Barnabé permaneceram em Antioquia provavelmente, por mais de um ano (At 14.28) depois do término da 1a viagem, até que se dirigiram para Jerusalém, juntamente com Tito (Gál 2.1-10), que era um crente gentio, porque alguns indivíduos que haviam descido da Judéia para Antioquia estavam ensinando que não podia haver salvação sem que se guardasse toda a lei de Moisés, inclusive, seus mandamentos civis e cerimoniais (At 15.1,5), e certamente estes judaizantes estavam também disseminando este ensino nas regiões recém-evangelizadas por Paulo na Galácia, tanto que este é o assunto principal da epístola que lhes dirigiu.
Os apóstolos e presbíteros da igreja de Jerusalém se reuniram juntamente com Paulo e Barnabé, para examinar a questão (At 15.4), mas como alguns crentes que eram da seita dos fariseus se insurgiram afirmando o ponto de vista judaizante, Pedro tomou a palavra e recordou a conversão do centurião romano Cornélio e sua casa (At 15), e que a salvação era pela graça tanto para judeus quanto para gentios, e que não se deveria colocar sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem eles nem seus antepassados puderam suportar (At 15.10,11), referindo-se a todos os mandamentos civis e cerimoniais da lei de Moisés, que foram revogados em Jesus com a instituição de uma Nova Aliança, para substituir a Antiga.
Tiago, irmão de Jesus, autor da epístola que leva o seu nome, e que era provavelmente o líder da igreja de Jerusalém, confirmou a palavra de Pedro e que se recomendasse tão somente aos gentios, quanto às prescrições da lei mosaica, que se abstivessem das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue (At 15.20,29). E o parecer foi aprovado por todos, tanto pelos apóstolos, quanto pelos presbíteros, quanto por toda a igreja (At 15.22). Um documento foi escrito onde se destacava que aqueles que haviam saído da igreja de Jerusalém disseminando tal falso ensino, o fizeram sem qualquer autorização dos apóstolos e presbíteros da igreja de Jerusalém (At 15.24). Paulo retornaria a Antioquia com Barnabé, e também com Judas e Silas, que eram notáveis entre os irmãos na igreja de Jerusalém, para confirmarem o teor do documento dirigido às igrejas de Antioquia, da Síria e Cilícia (At 15.22,23). Os apóstolos e presbíteros não são menos autoridade para o povo de Deus do que as autoridades civis instituídas pelo próprio Deus. E o mesmo princípio prevalece tanto num quanto noutro caso: “Aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.” (Rom 13.2). Os judaizantes agiram por conta própria fora da esfera da autoridade dos apóstolos e presbíteros a que estavam sujeitados por Deus, e foram no mínimo, envergonhados, no Concílio de Jerusalém.
49 ESCRITA DE GÁLATAS
Dirigida às igrejas da Galácia (Antioquia da Psídia, Derbe, Listra, Icônio, Perge).
Não temos como determinar a data da escrita da epístola aos Gálatas a não ser pelo teor do assunto e particularmente pelo combate ao erro dos judaizantes, que foi o tema de discussão no Concílio de Jerusalém, havido quatorze anos depois da conversão de Paulo (Gál 2.1-10), e do fato de Paulo afirmar que os gálatas estavam “passando tão depressa” daquele que os havia chamado na graça de Cristo, para outro evangelho (Gál 1.6), a saber o falso evangelho dos judaizantes. Entretanto, não se pode mensurar em meses ou anos este “tão depressa”. Mas, considerando que a Galácia foi ganha para Cristo na 1a viagem missionária de Paulo, que durou provavelmente dois anos (46, 47 d.C.), e se considerarmos que a escrita de Gálatas provavelmente se deu em 49 d.C., estando Paulo em Antioquia, depois de ter retornado do Concilio de Jerusalém, temos um espaço de apenas dois a três anos, e o fato de aquela igreja, inclusive seus presbíteros serem neófitos, seria um fator contribuinte para que se deixassem levar pelo argumento dos judaizantes, por conta de sua inexperiência no evangelho. Isto pode ter influenciado Paulo para retirar daí lições importantes quanto a não ser conveniente nomear presbíteros com tão pouco tempo de convertidos, razão provável de chamar os líderes de Tessalônica, não de presbíteros, mas de “os que vos presidem no Senhor” (I Tes 5.12). E que viriam a receber o nome de presbíteros depois de serem experimentados e terem provado estarem à altura das qualificações exigidas para a função. Este critério passou a ser usado também para a ordenação dos diáconos (I Tim 3.6,10), e passaria a ser a norma a ser usada em toda a igreja de Cristo. Vale lembrar que Tessalônica foi evangelizada depois da 1a viagem missionária e do Concílio de Jerusalém. E que as duas epístolas que Paulo dirigiu à citada igreja, também foram escritas para uma igreja muito jovem na fé, que havia sido fundada por Ele recentemente. Já na epístola dirigida aos Filipenses, que foi provavelmente escrita dez anos depois de Paulo ter fundado aquela igreja, se faz menção a presbíteros e a diáconos, em razão do tempo decorrido, e da aplicação do critério de ocuparem tais cargos somente os irmãos maduros na fé, e que atendessem às qualificações que são apresentadas nas epístolas pastorais, particularmente em I Timóteo e Tito.
TEMA CENTRAL DE GÁLATAS: O tema central desta epístola é o mesmo com o qual tiveram que se defrontar os reformistas contra o ritualismo e o formalismo religioso do catolicismo romano que era o elemento predominante no cristianismo ao tempo da Reforma. Este ritualismo e formalismo tinham o mesmo caráter do judaísmo que fora combatido por Paulo em seus dias, pois coloca a ênfase da justificação do pecador na prática das obras e não na graça que atua pela fé. O trabalho de Paulo em Gálatas foi o mesmo de Lutero e dos demais reformistas em seus dias, pois trataram de colocar a doutrina da justificação pela graça mediante a fé, no devido e exclusivo lugar que lhe cabe na salvação do pecador, porque pelas obras da lei ninguém será justificado diante de Deus. As obras fazem parte da santificação, mas não da justificação e da regeneração, que são somente pela graça e mediante a fé na pessoa de Jesus Cristo, que pagou o preço inteiro para a nossa redenção com a Sua morte na cruz.
Cabe destacar que os erros predominantes contra os quais os ensinos das epístolas foram especialmente dirigidos foram:
1 – O ritualismo proveniente do judaísmo
2 – A filosofia racionalista
3 – O misticismo das chamadas religiões de mistérios
4 – O formalismo na religião
O ritualismo proveniente do judaísmo (1) é combatido particularmente na epístola aos Gálatas, mas é combatido não somente na maior parte das epístolas, como também nos evangelhos e no livro de Atos.
A filosofia racionalista (2), juntamente com o misticismo das religiões de mistérios (3), veio a produzir o gnosticismo, que baseia a salvação não na graça e na fé em Cristo, mas no conhecimento elevado da sabedoria mística que é, segundo eles, concedido a uns poucos iluminados. A chamada Nova Era dos nossos dias, é uma das formas de gnosticismo. O movimento é antiqüíssimo e amorfo, pois que repousa nas diversas correntes de pensamento e na imaginação humanos de seus adeptos. Por isso não convém tentar identificar e atacar o movimento, mas sim as suas afirmações e conseqüências. Do mesmo modo que fizeram os apóstolos na igreja primitiva.
O formalismo na religião (4) era um erro que prevalecia em todas as seitas tanto judaicas, quanto gentílicas, que era uma tendência para separar a religião da vida prática. O princípio disto se revelava da seguinte maneira: 1 – ritualismo sem espiritualidade; 2 – conhecimento sem prática; 3 – justificação pela fé sem a santidade.
As epístolas combatem todos esses erros. O cristianismo em todas as épocas é atacado por estes mesmos erros, que assumem novos rótulos ou roupagens, mas o princípio operante é sempre o mesmo de negar a verdade do evangelho e a sua prática.
“O conhecimento destes erros dá-nos esclarecimentos sobre a natureza humana, mostra a necessidade duma revelação, e de humildade para estudá-la, e dá clareza e força ao ensino da Bíblia.” – Joseph Angus – História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.
O mesmo Joseph Angus, na mesma obra, cita que: “Se, na verdade, a tendência judaizante fazia grande mal à igreja, não era menor o mal produzido pelo espírito da filosofia profana, que se tornava mais perigosa para o cristianismo do que a própria perseguição. Este espírito de erro apareceu sob diversas formas, mas a sua essência era na maior parte um racionalismo soberbo (*), que ou recusava receber como verdadeira qualquer doutrina que não correspondesse a um sistema já formado, ou procurava integrar na sua própria filosofia quaisquer princípios recebidos. Os gregos procuravam sabedoria. Esta tendência revelou-se em várias seitas gnósticas que surgiram na igreja. O termo gnóstico era vagamente aplicado, porque incluía sectários de vários pontos de vista diferentes. Este gnosticismo é especialmente combatido na epístola aos Colossenses.”.
(*) Com este mesmo racionalismo soberbo, tiveram que tratar os reformistas, e posteriormente esta tendência do espírito racionalista de substituir a revelação da verdade divina, por teorias e preceitos de homens, onde o próprio homem é colocado como o centro gravitacional em torno do qual, segundo eles, giram todas as coisas, e não Deus, como é na verdade. Foi com esta mesma tendência e este mesmo espírito que os apóstolos e a igreja primitiva tiveram que lutar, para a manutenção da verdade em face do ensino de homens e de demônios. Para este principal propósito é que foram escritas as epístolas do Novo Testamento, isto é, para a afirmação da verdade revelada.
CONTEÚDO GERAL DE GÁLATAS: De fato, em face da urgência de se combater o ensino dos judaizantes sobre a justificação pelas obras sem a fé, a ênfase de Gálatas recai sobre a afirmação da doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, sem as obras. Tal qual fizeram os reformistas em seus dias que não deram tanta ênfase à santificação, que inclui as boas obras, pois que somos salvos para as boas obras, em face do combate ao erro principal que estavam atacando em seus dias, que era a falsa promessa de alguém obter a salvação pela prática das obras da lei. Um autêntico eleito, alguém que nasceu de novo (regenerado), por ter sido justificado pela fé em Cristo, já obteve a salvação, e deve agora perseverar pela mesma graça e fé, na prática das boas obras, não para a obtenção da vida eterna, porque esta já foi obtida no momento mesmo da sua regeneração pelo Espírito. Daí o argumento de Gál 3.1-5, de que os gálatas desenvolvessem a sua salvação, mediante crescimento espiritual no conhecimento da graça e de Jesus Cristo, pelo mesmo Espírito que os havia regenerado segundo a fé na Palavra de Deus que lhes havia sido pregada. A graça não é derramada por Deus como conseqüência do mérito do homem, mas sempre pelos méritos de Cristo. O novo nascimento do Espírito e os milagres não são portanto o resultado das nossas boas obras, mas da fé na Palavra de Deus que era pregada pelos apóstolos (3.5). As bênçãos de Deus são sempre o resultado da Sua soberana vontade e dos méritos de Cristo, e do favor imerecido que dEle recebemos pela sua graça, e nunca pelas nossas boas obras, ainda que estas sejam necessárias para que nos mantenhamos unidos ao Senhor, pela obediência prática aos seus mandamentos, o que se consegue por um caminhar no Espírito. No entanto, o crente foi libertado da condenação da lei, e do cumprimento dos mandamentos civis e cerimoniais da lei de Moisés, por meio da obra de redenção de Jesus Cristo, que se fez maldição no nosso lugar, para que os salvos fossem resgatados da maldição da lei (5.1-12). Entretanto esta liberdade não deve, de modo nenhum, servir de pretexto para se viver no pecado, segundo os desejos da carne (5.13). Os crentes não devem satisfazer os desejos da carne, mediante um andar no Espírito, de modo que tenham o fruto do Espírito, em vez das obras da carne em suas vidas (5.16-26). Reforçando o argumento de não se usar a liberdade obtida em Cristo para se dar ocasião à carne, Paulo prossegue no cap 6 exortando todos à prática do bem, mediante a Palavra de Deus.
Quando Paulo argumenta nesta epístola contra a lei, não está se referindo ao fato de que o crente está sem lei diante de Deus, nem contra os mandamentos morais da lei, mas ao fato de que em Cristo, o crente não está mais obrigado ao cumprimento dos mandamentos civis e cerimoniais da lei, conforme afirmavam os judaizantes, e nem mesmo dos mandamentos morais para a sua justificação e regeneração, porque ambas não são obtidas pela nossa própria justiça, nem por nossa obediência aos próprios mandamentos morais, mas simplesmente pela graça, mediante a fé no Salvador. Sem que isto signifique, como já dissemos antes, um incentivo para que se viva na carne, porque somos salvos para vivermos em santidade de vida, e isto inclui obediência aos mandamentos morais da lei.
49-51 SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 15.36-18.22)
Estando em Antioquia da Síria “ensinando e pregando com muitos outros, a palavra do Senhor (At 15.35), Paulo disse a Barnabé que deveriam visitar os irmãos por todas as cidades em que haviam anunciado a palavra do Senhor, para ver como passavam (15.36), mas como Barnabé queria levar com ele a João Marcos, Paulo não achava justo levá-lo com eles porque os havia deixado desde Perge na Panfília (15.38), não os acompanhando no trabalho. Eles se desentenderam e Barnabé foi para Chipre com João Marcos, e Paulo, tomando a Silas partiu em direção à Galácia, indo desta vez por terra, passando pela Síria e Cilícia, onde ficava sua cidade natal de Tarso, confirmando as igrejas (15.39-41). Observe que a ênfase do ministério de evangelização estava na pregação e ensino da Palavra do Senhor, assim como ocorre em todo o livro de Atos, e não na simples realização de sinais e prodígios, como tem sido enfatizado ultimamente em muitas igrejas. O Senhor confirmava a verdade da palavra que era pregada e ensinada com a realização de sinais e prodígios. Estes últimos não eram e nunca foram um fim em si mesmos, porque a vontade do Senhor é que se conheça e se pratique a Sua Palavra, aplicando-a à vida, daí a necessidade de ser pregada e ensinada, especialmente para produzir a conversão de almas. A palavra é a semente que produz regeneração pelo poder do Espírito (I Pe 1.22,23), porque ela é a verdade que salva, e que também santifica, porque o Senhor pediu ao Pai que nos santificasse com a verdade, e que a verdade é a Sua Palavra, e do mesmo modo a adoração é pela prática da Palavra, porque esta deve ser em espírito e em verdade, e sabemos que a única verdade que é usada para a salvação, santificação de vidas, e para a adoração, é a verdade da Sua Palavra, que é viva e dura para sempre. Era portanto para pregar e ensinar esta Palavra que Paulo saía em seus projetos missionários.
Tendo saído de Tarso, Paulo chegou a Derbe, que era a cidade mais próxima da seqüência das visitadas na primeira viagem, que rumo a noroeste, encontravam-se na seguinte ordem: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Foi no início da segunda viagem que Paulo conheceu a Timóteo como um discípulo da primeira viagem. Ele deveria ser o fruto do trabalho dos que haviam sido alcançados para o evangelho na primeira viagem de Paulo. Como tinha bom testemunho dos irmãos de Listra e Icônio, Paulo quis que ele passasse a acompanhá-lo, e circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares (At 16.1-3). Observe que não era o fato de um crente se circuncidar que fazia com que decaísse da graça, conforme se poderia supor da citação do próprio Paulo em Gál 5.2-4. A condição citada em Gálatas era contra aqueles que estavam procurando se justificar pela lei (o que é impossível) e não pela fé. E muitos pensavam que o simples ato de se circuncidar era suficiente para a salvação. Quem não foi justificado pela fé, e que procurava a justificação pelo ato da circuncisão estava crendo numa grande ilusão, e para estes, Cristo de nada aproveitaria, mas, tal não era certamente o caso de Timóteo, cuja confiança para a justificação havia sido depositada inteiramente em Cristo. Como sua mãe era judia, mas o pai era grego, para evitar que fosse acusado falsamente de estar descumprindo e agindo contra a lei de Moisés, Paulo circuncidou-o para evitar confrontações desnecessárias com os judeus.
As decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros no Concílio de Jerusalém foram também entregues por Paulo e Silas, nas cidades da Galácia, de modo que cumprissem tais decisões. Além do aspecto importante da obediência das ovelhas aos presbíteros que as dirigem e que são constituídos sobre o rebanho pelo Espírito Santo, conforme é da vontade de Deus, há que se considerar também que este é um forte argumento de que a epístola aos Gálatas foi provavelmente dirigida aos crentes desta região, porque com as decisões da própria igreja da circuncisão em Jerusalém, era colocada uma pá de cal sobre o argumento dos judaizantes de que era necessário cumprir toda a lei de Moisés para se conseguir a salvação. E o resultado imediato desta obediência e redirecionamento da igreja à verdade do evangelho, foi que as igrejas foram fortalecidas na fé, e aumentavam em número dia a dia (At 16.5), porque Deus honra a Sua Palavra e chama os eleitos à salvação pela palavra do evangelho, e não por nenhuma outra palavra que seja contrária à mesma. Pregue e ensine a doutrina apostólica, e serão obtidos resultados apostólicos.
Paulo e Silas foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, que ficava ao sul da Mísia e Bitínia, para onde também foram impedidos de ir pelo Espírito Santo, e assim foram para Trôade, uma cidade portuária, no extremo do noroeste da Ásia Menor, junto ao Mar Egeu, e fronteiriça, na margem oposta, ao Norte e ao Oeste, à Macedônia e à Grécia, respectivamente. Provavelmente, foi nesta cidade de Trôade que Lucas se juntou ao grupo de Paulo, porque tendo escrito o livro de Atos, a narrativa passa a ser introduzida na primeira pessoa do plural, indicando que Lucas se incluía no grupo de missionários. A primeira ocorrência está em At 16.10, depois que Paulo teve a visão do varão da Macedônia que rogava pedindo que atravessasse o mar e fosse para a Macedônia ajudá-los, e Lucas registra que assim que Paulo teve a visão, imediatamente “procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho.”. Observe o uso da primeira pessoa do plural: “procuramos”, “nos havia chamado”.
Com apenas um dia de viagem por Mar, saíram de Trôade chegando à cidade portuária de Neápolis, da Trácia, e obedecendo à visão divina, partiram para Filipos, a primeira cidade da Macedônia, tendo permanecido alguns dias na cidade. No sábado saíram da cidade e foram para junto do rio, à procura de um lugar para orar, e ali encontraram um grupo de mulheres, e entre estas estava Lídia, a quem Paulo evangelizou, tendo sido batizada ela e toda a sua casa. Tendo constrangido a Paulo e ao seu grupo a permanecerem na sua casa (At 16.11-15). Quando rumavam noutro dia para o lugar de oração junto ao rio, encontraram-se com uma jovem possessa de espírito advinhador que dizia que Paulo e seus companheiros eram servos do Deus Altíssimo e anunciavam o caminho da salvação. E isto se repetia por muitos dias (At 16.16,17). Ora, Satanás estava ajudando na pregação do evangelho ? Certamente que não. Ele nunca o fará. Seu estratagema era gerar confusão nas mentes de modo que as pessoas julgassem que tanto o que a jovem fazia quanto Paulo e seus cooperadores procedia do mesmo Deus. Por isso Paulo expulsou o espírito da jovem. Aqueles que a exploravam vendo fugir a esperança do lucro, pegaram Paulo e Silas e os arrastaram à presença das autoridades, acusando-os de estarem perturbando a cidade por estarem propagando costumes judeus para eles que eram romanos. Como a multidão aderiu a eles, os pretores mandaram rasgar-lhes as vestes e açoitá-los com varas, e os lançaram na prisão. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores, e os demais companheiros de prisão escutavam. Um terremoto sacudiu os alicerces da prisão e se abriram todas as portas e se soltaram as cadeias de todos. O carcereiro ia suicidar-se pensando que todos tivessem fugido, mas foi impedido por um brado de Paulo, dizendo que todos ali se encontravam. O carcereiro perguntou o que deveria fazer para que fosse salvo. Paulo e Silas lhe disseram simplesmente que deveria crer no Senhor Jesus, e que ele seria salvo, assim como a sua casa. E pregaram a Palavra ao carcereiro e aos da sua casa, e naquela mesma hora da noite, cuidou de Paulo e Silas lavando-lhes os vergões dos açoites, e a seguir foi batizado e todos os seus. E num ato de ousadia, levou-os para a sua própria casa e lhes pôs a mesa e com todos os seus manifestavam grande alegria por terem crido em Deus (At 16.19-26). Era assim que estava começando a igreja em Filipos. Com Lídia e as mulheres que iam orar junto ao rio, e com a família do carcereiro da cidade, e possivelmente com alguns dos presos que estavam na prisão e que ouviram a Paulo e Silas orar e louvar a Deus, e sobre os quais veio o temor do Senhor, pois não fugiram quando tiveram oportunidade de fazê-lo.
Tendo sido libertados pelos pretores, estes pediram a Paulo e a seus cooperadores que deixassem a cidade, e eles foram para Tessalônica, passando antes por Anfípolis e Apolônia (At 17.1), onde não fundaram qualquer igreja, nem o livro de Atos relata qualquer atividade evangelizadora realizada na ocasião, nestas duas cidades. Paulo como de costume, procurava sempre evangelizar primeiro os judeus, e por isso foi procurá-los, e por três sábados arrazoava com eles, acerca das Escrituras, tendo alguns sido persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas mulheres distintas (At 17.1-3). Deste ponto em diante da narrativa, não se usa mais a primeira pessoa do plural, sendo provável que Lucas tivesse ficado em Filipos cuidando da igreja que estava se formando. Em At 17.1 se lê: “chegaram a Tessalônica”, e não “chegamos a Tessalônica”.
Os judeus, tomados de inveja, pelos que haviam recebido e aceito a Palavra pregada por Paulo, alvoroçaram a cidade e foram à casa de Jasom onde Paulo e seus cooperadores estavam hospedados, mas não os tendo encontrado, pegaram o próprio Jasom e o conduziram à presença das autoridades. Mas estas soltaram a Jasom depois de lhe terem cobrado a fiança estipulada (At 17.4-9), e à noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Observe que o tempo de permanência de Paulo com os crentes de Tessalônica foi bastante curto. E o mesmo se daria também com Beréia, porque os judeus de Tessalônica vieram perseguir a Paulo ali, e ele teve que fugir para a Grécia, chegando na cidade de Atenas. Mas Silas e Timóteo permaneceram em Beréia, e dali deveriam dar assistência à igreja recém-formada em Tessalônica que ficava bem próxima de Beréia, mas receberam ordem de Paulo que fosse ter o mais depressa possível com ele em Atenas (At 17.10-15).
Paulo não se demorou em Atenas, tendo pregado no Areópago, tendo alguns crido (At 17.34). Dali partiu para Corinto, outra cidade da Grécia, onde passou a residir na casa de Áquila e Priscila, que tinham a mesma profissão de Paulo, de fazer tendas. E Paulo passou a pregar todos os sábados na sinagoga, tanto a judeus como a gregos (At 18.1-4). Silas e Timóteo vindos da Macedônia, se reuniram a Paulo em Corinto, e Paulo se entregou totalmente à Palavra (At 18.5), e como os judeus rejeitavam a Cristo, conforme fora predito o seu endurecimento pelo profeta Isaías, Paulo devotava-se aos gentios, e muitos dos coríntios criam e eram batizados, foi quando o Senhor apareceu durante a noite numa visão a Paulo ordenando que falasse e não se calasse porque era com ele e ninguém ousaria fazer-lhe mal, pois tinha muito povo na cidade de Corinto (At 18.6-10). Ora o que isso significa, senão uma clara indicação do conhecimento do Senhor daqueles que são os eleitos. Em obediência à ordem do Senhor Paulo permaneceu um ano e seis meses ensinando o quê entre eles ? A Palavra de Deus (At 18.11). É para se indagar a quem pensam estar servindo aqueles que querem suprimir o ensino da Palavra de Deus nas igrejas, especialmente na Escola Bíblica Dominical ? A pretexto de que importante mesmo é poder e não meramente palavras. Mas que poder é este que não é baseado na Palavra de Deus ? Porque a Bíblia afirma que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rom 1.16). E que a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo (Rom 10.17).
Paulo foi colocado na defesa do evangelho, e a corajosa pregação e ensino da verdade sempre haverá de produzir resistências e perseguições por parte do mundo espiritual. Satanás se levantará contra isto e usará os seus instrumentos para tentar deter o avanço do evangelho, porque isto representa a glorificação do nome de Deus na salvação de vidas e no testemunho de vidas santificadas pela Palavra. Por isso ele sempre tenta deter os arautos da verdade ou deturpar a mensagem para que o nome do Senhor seja desonrado e o testemunho do crente seja desacreditado. Desta forma, nem mesmo em Corinto, Paulo foi poupado da perseguição dos judeus, que o acusaram injustamente de estar persuadindo os homens a adorarem a Deus por modo contrário à lei. Mas o procônsul romano Gálio não deu atenção a tais acusações (At 18.12-17). Depois deste episódio, Paulo ainda permaneceu muitos dias em Corinto, mas decidiu retornar para Antioquia da Síria, levando consigo a Priscila e Áquila, depois de ter rapado a cabeça em Cencréia porque tomara voto (At 18.18). Com isto vemos o cuidado de Paulo para viver como judeu entre os judeus para ganhar alguns para Cristo (I Cor 9.20). Ele sabia que em Cristo não estava mais sujeito aos mandamentos cerimoniais da lei de Moisés, mas para não ofender a consciência dos judeus incrédulos que intentava ganhar para Cristo, vivia entre eles como se ele ainda estivesse debaixo da lei, assim como fizeram muitos que dentre os judeus se convertiam à fé, como foi o caso do próprio Ananias (At 22.12). Retornando de Corinto por mar, fez escala em Éfeso, onde pregou numa sinagoga aos judeus, conforme era seu costume, mas não acedeu permanecer entre eles, conforme lhe haviam pedido, e sem chegar a evangelizar aquela cidade nesta sua 2a viagem, partiu para Cesaréia, de onde foi a Jerusalém, e tendo saudado aquela igreja, partiu para Antioquia, onde permaneceu por algum tempo até sair em sua 3a viagem (At 18.18-23).
50 ou 51 ESCRITA DE I e II TESSALONICENSES
Estas duas epístolas foram escritas no período final da 2a viagem de Paulo, quando se encontrava em Corinto, conforme acabamos de ver.
Tal é a importância da Palavra de Deus para a igreja, que as muitas dúvidas que os tessalonicenses tinham quanto ao modo que deveriam viver como crentes no mundo, já que não são do mundo, mas estão no mundo, como deveriam aguardar a volta do Senhor, dedicando-se a quais deveres, segundo a vontade de Deus, conforme as notícias que Timóteo (I Tes 3.6) trouxera daquela igreja a Paulo quando veio ter com ele em Corinto, juntamente com Silas (Silvano), foram respondidas não com conselhos pessoais e particulares de Paulo, mas com a verdade revelada a Ele por Deus, conforme ele mesmo destaca em I Tes 2.13. Tais deveres estão apresentados sinteticamente por Paulo em I Tes 5.12-22, e nas exortações diretas a que deveriam trabalhar com as próprias mãos esforçando-se para dar bom testemunho em todas as coisas, para que o nome do Senhor continuasse sendo honrado por eles (I Tes 4.1,2; II Tes 3.6-13).
A igreja de Tessalônica entendeu o Ide de Jesus e desde cedo se tornou uma igreja missionária, tendo enviado evangelistas por toda a Macedônia e para a própria Acaia, onde Paulo se encontrava por ocasião das duas epístolas que lhes dirigiu (I Tes 1.8). Provavelmente, a recepção da primeira epístola e as dúvidas que ainda foram suscitadas quanto à segunda vinda do Senhor, foram conduzidas por mãos destes evangelistas da própria igreja, assim como a segunda epístola dirigida àquela igreja. Pelo teor da segunda epístola, mais curta do que a primeira, e particularmente elucidativa de assuntos da primeira, tudo leva a crer que o tempo decorrido entre a escrita de ambas foi relativamente curto, tendo em vista a premência do endereçamento das respostas às dúvidas suscitadas em relação à primeira carta, e da notícia de que alguns estavam procedendo desordenadamente na igreja, não querendo trabalhar.
O crente é peregrino e forasteiro neste mundo. Ele é cidadão de uma pátria que não é deste mundo, mas do céu. Mas está no mundo, e é chamado por Deus a estar sujeito às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não tenha sido instituída por Deus, e assim deve também estar sujeito aos empregadores, servindo de coração não como a homens mas ao próprio Senhor, os filhos devem estar sujeitos a seus pais, e as mulheres a seus próprios maridos. Os jovens aos mais velhos. As ovelhas a seus pastores. Pois tudo isto foi ordenado pelo próprio Deus, para provarmos ao mundo que em Cristo fomos sarados do espírito de rebelião que operava em nós, e podemos viver em obediência ao Senhor, sujeitando-nos à Sua vontade, dando o bom testemunho diante de todos aqueles que Ele tem constituído sobre nós.
Este testemunho deve ser dado mesmo em meio a perseguições injustas assim como os tessalonicenses estavam sofrendo dos judeus e dos seus próprios patrícios (I Tes 1.6; 2.14; II Tes 1.3-10). O Senhor assiste com o Seu Espírito aos que sofrem por amor do Seu nome neste mundo e os recompensará no futuro (Mt 5.10-12), mas condenará ou castigará aqueles que praticam a injustiça (II Tes 1.6-9).
CONTEÚDO GERAL DE I E II TESSALONICENSES: Na saudação inicial de ambas as epístolas aparecem os nomes de Paulo, Silvano e Timóteo como sendo os seus remetentes. Silvano era a forma hebraica do nome grego Silas.
Paulo destaca que o evangelho pregado por ele, Silas e Timóteo aos tessalonicenses não consistiu somente em meras palavras, pois o poder de Deus, por meio do Espírito Santo, havia produzido salvação entre eles, confirmando que de fato eram eleitos de Deus (I Tes 1.4,5), e a palavra pregada foi confirmada pelo poder da graça de Deus operante em suas vidas, porque produziu neles o que a palavra afirmava, e que não era palavra de homens, mas revelada pelo próprio Deus, como a saber: alegria do Espírito Santo em meio de muita tribulação (I Tes 1.6); ousadia de fé para pregar o evangelho (I Tes 1.8); abandono dos ídolos para servir ao Deus vivo e verdadeiro (I Tes 1.9); livramento da ira vindoura e esperança da glória do porvir por meio de Jesus Cristo (I Tes 1.10); tudo isto está resumido em I Tes 1.3: operosidade da fé; abnegação do amor; e firmeza da esperança em Jesus Cristo.
Paulo cita o seu próprio exemplo pessoal de paciência na tribulação, durante a prova que havia sofrido em Filipos, e da sua abnegação em trabalhar incansavelmente em favor dos eleitos, não para agradar a homens, mas a Deus, e nunca com intuitos gananciosos e interesseiros, mas em tudo buscando a glória de Deus, abrindo mesmo mão do direito que todo pastor tem de ser suprido financeiramente pelas ovelhas, conforme o mandado de Deus, para dar-lhes um testemunho maior da sua abnegação e desinteresse, tal como uma mãe que ama os seus filhos, estando pronto não apenas para lhes oferecer o evangelho, mas a sua própria vida.
Até aqui vimos que as três primeiras epístolas, ou mesmo os primeiros documentos do Novo Testamento a serem escritos, foram a epístola aos Gálatas, escrita entre a 1a e 2a viagem de Paulo, em torno de 49 d.C., provavelmente de Antioquia da Síria, e as duas epístolas aos Tessalonicenses, que foram escritas durante a 2a viagem de Paulo, quando ele se encontrava em Corinto, em torno de 50 e 51 d.C.
52-56 TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 18.23-21.17)
Vimos também que Paulo encerrou a 2a viagem, tal como a 1a, em Antioquia da Síria, igreja em que congregava, e que dali partiu novamente por terra, fazendo o mesmo percurso inicial da 2a viagem, confirmando as igrejas de Tarso, Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia. Um forte argumento para colocar por terra as insinuações da chamada alta crítica que procura negar a autoria não somente de Paulo, como dos demais autores da Bíblia, por falsas evidências que procuram levantar no texto biblico, é a citação de At 18.23 que marca o início da 3a viagem de Paulo, que afirma que o apóstolo atravessou sucessivamente a região da Galácia e Frígia, confirmando todos os discípulos. Ora, quais discípulos poderiam ter sido confirmados na região da Galácia, senão os das cidades que foram visitadas por Paulo em sua 1a e 2a viagens ? A saber, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia. Apesar de Lucas se referir a Antioquia como fazendo parte da Psídia, parece que em caráter geral, ele a considerava como fazendo parte da região da Galácia.
Paulo havia deixado Priscila e Áquila em Éfeso, quando retornava de Corinto para Antioquia da Síria, no final da sua 2a viagem. E lá em Éfeso eles vieram a conhecer Apolo, que era eloqüente e poderoso nas Escrituras, que era instruído no caminho do Senhor, e fervoroso de espírito, e que falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, apesar de conhecer apenas o batismo de João. É interessante observar que Priscila e Áquila lhe expuseram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.24). A obra de Deus é melhor vista e se completa melhor na vida daqueles que são humildes, como Apolo, que se permitiu instruir por Priscila e Áquila quanto a uma melhor exatidão sobre a verdade do evangelho. Com isto, pôde ser mais útil ao Senhor porque se manifestou nele o desejo de ir para Corinto, e lá chegando convencia publicamente os judeus com grande poder provando por meio das Escrituras que o Cristo é Jesus (At 18.27,28).
Apolo já estava em Corinto quando Paulo chegou em Éfeso, vindo da Galácia e Frígia.
Quando Paulo chegou na cidade ele encontrou alguns discípulos aos quais perguntou se tinham recebido o Espírito Santo quando creram, e a resposta foi que nem mesmo ouviram falar da existência do Espírito Santo, e quando Paulo lhes perguntou em que então haviam sido batizados, responderam que no batismo de João. Ora não há dúvida de que não eram discípulos de Jesus, porque Paulo lhes disse que João havia realizado batismo de arrependimento dizendo ao povo que cressem naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Depois de terem ouvido isto foram batizados em nome de Jesus, e quando Paulo lhes impôs as mãos o Espírito veio sobre Eles, e tanto falavam em línguas como profetizavam (At 19.1-7).
Quando Pedro anunciou o evangelho na casa de Cornélio, o Espírito caiu também sobre todos os que ouviam a palavra, e falavam em línguas e engrandeciam a Deus (At 10.44-46). Não padece dúvida de que tiveram a mesma experiência que os discípulos de João, que Paulo havia encontrado em Éfeso.
O ato de profetizar acompanhando o momento da conversão era o cumprimento da profecia de Joel referente ao derramamento do Espírito sobre toda a carne, fato que tanto os apóstolos, quanto Lucas fizeram questão de registrar (At 2.18).
E o dom de línguas sendo concedido simultaneamente com a conversão, era também um sinal, uma evidência do cumprimento da afirmação de Jesus do que ocorreria com os que cressem (Mc 16.17).
Basicamente, Paulo evangelizou Éfeso como área pioneira em sua 3a viagem, pois visitara nesta viagem, as mesmas cidades que havia evangelizado em sua 2a viagem.
Como era seu costume, Paulo freqüentava a sinagoga pregando o evangelho primeiro aos judeus, e isto durante 3 meses, mas como alguns se mostravam empedernidos e descrentes falando mal do evangelho diante da multidão, Paulo separou os discípulos que haviam crido e passou a discorrer na escola de Tirano por dois anos, tendo ouvido a Palavra tanto judeus quanto gregos de toda a Ásia.
Provavelmente, em face da importância de Éfeso como centro para a irradiação do evangelho, e por haver na cidade o culto pagão da deusa Diana ou Artêmis, que era muito concorrido, Deus fez nesta cidade, pelas mãos de Paulo, milagres extraordinários, ao ponto de até curar enfermidades, e expulsar espírito malígnos, daqueles aos quais os lenços e aventais de uso pessoal de Paulo eram levados (At 19.8-11).
Para o propósito de envergonhar através do evangelho as potestades do reino das trevas, que dominavam a cidade de Éfeso, Lucas, inspirado pelo Espírito, registrou logo após a citação dos prodígios que eram operados por meio de Paulo, a experiência desafortunada dos sete filhos de Ceva, que eram judeus exorcistas ambulantes, que tentaram expelir demônios pelo nome do Jesus que Paulo pregava. Mas os endemoninhados deram sobre eles desnudando-os e ferindo-os (At 19.13-16). Este fato trouxe terror aos habitantes de Éfeso e fez com que o nome de Jesus fosse engrandecido (At 19.17). E muitos dos que creram confessaram publicamente as suas obras e os que praticavam artes mágicas queimaram os seus livros. Assim a palavra do Senhor crescia e prevalecia em Éfeso (At 19.18-20).
Ora, o que aprendemos disto é que não é a simples afirmação verbal do nome do Jesus que os verdadeiros crentes servem, como fizeram os sete filhos de Ceva, que conduz às operações de Deus no mundo espiritual, mas o fato de estar realmente unido a Cristo por meio da fé, e estar servindo-O de fato, como era o caso de Paulo. O verdadeiro servo do Senhor prevalece sobre os demônios, assim como Paulo, cujos aventais e lenços expeliam espíritos malígnos. Não propriamente tais materiais, mas o que eles representavam, o poder de Deus na vida do apóstolo. O incidente havido com os filhos de Ceva serviu para comprovar que Paulo estava de fato a serviço do Deus Altíssimo, e que a Palavra que ele pregava era portanto a verdade, e Jesus a quem Paulo servia era mais poderoso do que os espíritos malígnos, sendo digno de ser crido e servido, motivo porque renunciaram às práticas que estavam associadas a demônios.
Foi nesta ocasião que Paulo deliberou ir a Jerusalém, mas queria antes revisitar as igrejas que havia fundado na Macedônia e na Grécia durante a 2a viagem, e depois de estar em Jerusalém pretendia ir a Roma (At 19.21,22).
A derrubada das potestades espirituais que operavam em Éfeso, por meio do evangelho pregado por Paulo trouxe prejuízo aos negócios dos exploradores do culto idolátrico da deusa Diana porque Paulo persuadia a muitos dizendo que não eram deuses os que são feitos por mãos humanas, e foi tentado um levante contra ele por parte de um dos ourives, chamado Demétrio, que fabricava nichos de prata de Diana (At 19.23-40).
54 ESCRITA DE I AOS CORÍNTIOS
Foi de Éfeso que Paulo escreveu a primeira epístola aos Coríntios, como se infere de I Cor 16.5-
9, especialmente do verso 8, onde afirma: “Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecoste.”. Isto por volta de 54 d.C.
Cessado o tumulto causado por Demétrio, que foi apaziguado pelo escrivão da cidade, Paulo partiu para a Macedônia e fortaleceu os discípulos com muitas exortações, e dali dirigiu-se para a Grécia onde permaneceu três meses.
55 ESCRITA DE II AOS CORÍNTIOS
Foi quando esteve na Macedônia, cerca de um ano após ter escrito I Coríntios, quando se encontrava em Éfeso, que Paulo escreveu a segunda epístola aos Coríntios. Isto se depreende do fato de ter-se referido a uma grande coleta que deveria ser levantada em favor dos crentes pobres de Jerusalém, na primeira epístola aos coríntios, conforme instruções que lhes deu sobre a forma de efetuarem a referida coleta, em I Cor 16.1-4.
Agora, vemos o apóstolo citar em II Cor 9.1-5, a referida coleta que havia sido feita, dizendo que estava se gloriando junto aos macedônios quanto ao fato de que os coríntios estavam preparados desde o ano anterior (v 2). Ora, isto significa que a oferta já havia sido levantada pelo espaço de cerca de um ano desde que ele havia se referido à forma de como se deveria levantar a oferta, quando lhes escreveu I Coríntios.
Como datamos I Cor em 54 d.C., então a data provável da escrita de II Cor foi 55 d.C, um ano após a escrita da 1a carta, estando Paulo na Macedônia, numa das cidades que havia evangelizado naquele Distrito; Filipos, Tessalônica ou Beréia.
Vimos em At 20.1-3, que após ter estado na Macedônia, de onde escreveu II Coríntios, Paulo partiu para a cidade de Corinto, onde permaneceu por 3 meses, mas, tendo havido uma conspiração por parte dos judeus contra ele, decidiu retornar à Macedônia, para dali, dirigir-se a Jerusalém.
ESCRITA DE ROMANOS
Foi nesta sua permanência de três meses em Corinto que escreveu a epístola aos Romanos, também em 55 d.C, depois de ter escrito II Coríntios na mesma data, na Macedônia. Em Rom 15.25-28, Paulo afirma que já se encontrava de posse da oferta em favor dos crentes pobres de Jerusalém, e que estava levando a mesma consigo para entregá-la em Jerusalém. Que escreveu aos romanos quando estava em Corinto depreende-se do fato de que Gaio, que o hospedava por ocasião da escrita de Romanos, residia em Corinto (Rom 16.23; I Cor 1.14).
CONTEÚDO GERAL DE I CORÍNTIOS
Combater a carnalidade que estava impedindo o crescimento espiritual e a unidade da igreja, é sem dúvida o tema principal de I Coríntios.
A igreja de Corinto abundava em dons espirituais, mas estava fazendo mal uso dos dons porque lhes faltava o principal que é o fruto do Espírito.
As divisões que haviam entre eles provavam que eram crentes carnais e não espirituais (I Cor 1.10-17; 3.1-9).
A busca dos gregos pela sabedoria, na filosofia, e não na verdade revelada, estava contribuindo para que muitos na igreja grega de Corinto estivessem se guiando pelo racionalismo, que é segundo os homens, e não segundo a mente de Cristo, que é revelada pelo Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus (I Cor 1.18-31; 2.1-16; 3.18-23; 4.6-21).
A igreja, e especialmente a sua liderança estavam negligenciando o exercício da disciplina eclesiástica conforme havia sido determinado pelo Senhor (Mt 18), e chegaram ao ponto de tolerarem a prática de imoralidade em seu meio, exemplificada por um crente que estava tendo relações com a esposa do seu pai (I Cor 5.1-13); assim, estavam admitindo na comunhão da igreja quem fosse impuro, avarento, idólatra, maldizente, beberão ou roubador (I Cor 5.11). Estavam tolerando também que irmãos tivessem demandas uns contra os outros levando suas questões aos tribunais de justiça do mundo (I Cor 6.1-11). Deveriam estar sendo também tolerados os casos de prostituição (I Cor 6.12-20). Muitos outros problemas estavam ocorrendo em Corinto havendo também casos de idolatria, de consumo de comida sacrificada aos ídolos (I Cor 8; 10.14-33); provável insubmissão das esposas aos maridos (I Cor 11.2-16); exageros na ceia do Senhor com casos de glutonaria e embriaguez (I Cor 11.17-34). Abuso dos dons espirituais (I Cor 14.1-40). Erros doutrinários negando-se a ressurreição futura do corpo (I Cor 15.20-58).
Paulo responde também a dúvidas que a igreja tinha a respeito do casamento (I Cor 7) e quanto ao sustento pastoral (I Cor 9). Para afirmar o julgamento dos crentes por Deus saca exemplos da história do povo de Israel afirmando que tudo que lhes ocorreu foi registrado para advertência da igreja (I Cor 10.1-13). Para reforçar a necessidade da unidade na igreja, cita o amor como o vínculo da perfeição, como o cimento necessário para tal unidade (I Cor 13.1-13).
É interessante destacar que Paulo se refere em I Cor 5.9 que já havia lhes escrito uma carta em que os advertia a não se associarem com os impuros. Ora, se em ordem cronológica, como vimos anteriormente, esta é a primeira carta que ele escreveu àquela igreja que chegou ao nosso conhecimento, então Deus, em sua providência permitiu que aquela carta se perdesse, de modo a sequer ser debatida a sua inclusão no cânon do Novo Testamento. É fato importante também destacar que Paulo deve ter escrito vários sermões, e nenhum deles chegou ao nosso conhecimento. Deus em sua sabedoria, providenciou para que fosse preservado no Novo Testamento somente aqueles documentos dos apóstolos que trazem a marca da inspiração plena do Espírito Santo, de forma que se tornaram para nós a infalível Palavra de Deus.
Vamos ver Paulo também citando uma outra carta que escrevera à igreja de Corinto (II Cor 2.4; 7.8), que é chamada de carta triste, e cujas descrições não se harmonizam com I Coríntios, seria assim uma segunda carta que é citada por ele e que se perdeu.
CONTEÚDO GERAL DE II CORÍNTIOS
Era de se esperar que numa igreja carnal e cheia de divisões como a de Corinto, que não houvesse problemas de insubmissão à liderança local constituída sobre aquela igreja, como também sobre a autoridade do próprio apóstolo Paulo. Esta carta então vai tratar em várias partes da defesa de Paulo não especificamente do seu apostolado, mas da submissão que os crentes devem ter a todos aqueles que foram constituídos sobre eles como autoridades por Deus.
A prova da longanimidade de Paulo está revelada no fato de que orientou a igreja a readmitir na membresia a pessoa que havia se oposto ao seu apostolado, e não apenas isto, apontou-lhes o dever de perdoá-lo e confortá-lo em face do arrependimento por ele demonstrado (II Cor 2.5-11).
Por esta razão estamos anexando nesta parte um estudo sobre obediência e maturidade espiritual, para compreendermos melhor a natureza da atitude do apóstolo Paulo relativa ao tratamento desta questão apontada.
O ministério do crente não é de condenação como na Antiga Aliança, mas de reconciliação do pecador com Deus na Nova Aliança. Esta é um ministério de vida e de justiça, porque por meio de Cristo são justificados pela graça mediante a fé, todos os que têm sido lavados no Seu sangue. Os oponentes de Paulo estavam trazendo cartas de recomendação, de Jerusalém, certamente não dos apóstolos e presbíteros daquela igreja, mas de alguns que se aferravam ainda aos costumes da lei de Moisés, e assim estavam ensinando aos Coríntios a salvação por um meio impossível, qual seja, pela justiça que decorre da lei, pois há somente uma justiça que salva, a que é decorrente da fé (Rom 10). Ora, o ministério da letra da lei, mata, porque nunca pôde de si mesmo gerar vida eterna, nem mesmo no tempo da dispensação da Antiga Aliança, porque Deus sempre salvou pela graça, mediante a fé. A lei não foi dada por Deus com o propósito de produzir a salvação do pecador, porque por obras da lei nenhuma carne será justificada diante dEle. A lei foi dada para conduzir o pecador a Cristo, para convencê-lo de que é pecador, para revelar o caráter moral do Deus que servimos, para buscarmos a qualidade deste caráter moral, segundo a prática de boas obras, que são também em Cristo, para a nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração, que ocorrem no momento da nossa conversão de uma vez para todo o sempre, pela graça, mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (II Cor 3.1-18-4.1-6). Assim a excelência do poder que em nós opera, e os méritos de que temos sido feitos participantes, são exclusivamente e totalmente pertencentes a Cristo. Somos vasos de barro onde esta excelência opera (II Cor 4.7-18; 5.1-21; 6.1-13). Assim, o crente não deve esquecer que é peregrino e forasteiro neste mundo, sendo cidadão do céu, e já não deve viver mais como vivem os incrédulos (II Cor 6.14-18). Seu dever é aperfeiçoar a sua santidade no temor de Deus, purificando-se de toda impureza, tanto da carne quanto do espírito (II Cor 7.1). Paulo fala da sua alegria de ter a igreja de Corinto obedecido as suas ordens no sentido de exercer a disciplina eclesiástica em relação aos casos que ele havia citado na primeira epístola, e nas cartas que havia dirigido àquela igreja e que havia produzido tristeza e um estremecimento temporário em suas relações. Mas eles foram em tudo obedientes, razão porque o apóstolo estava alegre em Deus, com as notícias que Tito lhe trouxera do arrependimento havido na igreja (II Cor 7.2-16).
Nos capítulos oitavo e nono discorre sobre a oferta que foi levantada em favor dos crentes pobres de Jerusalém, e fala que aquilo redundaria em muita gratidão a Deus. E temos isto devidamente considerado em nosso estudo sobre gratidão.
Nos capítulos décimo a décimo segundo Paulo continua com os argumentos em favor da defesa do seu apostolado. E finalmente no capítulo décimo terceiro convoca a igreja a se consertar antes que fosse ter com eles de maneira que não tivesse que disciplinar pessoalmente a alguns que estavam andando desordenadamente e que não haviam se arrependido do seu pecado.
CONTEÚDO GERAL DE ROMANOS
O tema central de Romanos é o da justificação pela graça mediante a fé. Dizemos tema central porque na verdade nesta epístola Paulo põe em desfile todos os temas relacionados à salvação, e dentre estes destacamos a eleição, a redenção; a justificação, a regeneração, a santificação, a perseverança dos santos; a certeza da salvação; a glorificação. Como já estudamos exaustivamente todos estes temas na parte relativa à obra que Jesus fez por nós, deixaremos de tecer maiores considerações nesta parte, a não ser a parte relativa aos deveres dos crentes para com Deus, e dentre estes destacamos os assuntos relativos à submissão à autoridade civil de Rom 13.1-7; e o relativo aos assuntos não morais de Rom 14.1-23, e sobre o julgamento dos crentes no tribunal de Cristo (Rom 14.10-12).
CONTINUAÇÃO DA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (Retornando a Jerusalém)
A seção “nós” de Atos é retomada em At 20.6, onde se lê: “navegamos de Filipos”. Ora, o uso da 1a pessoa do plural na narrativa havia cessado durante a 2a viagem, também em Filipos, e agora é retomado naquela mesma cidade da Macedônia, indicando que Lucas, provavelmente, permanecera ali ministrando aos filipenses, desde que a igreja do Senhor fora ali fundada durante a 2a viagem. E agora, Lucas está acompanhando de novo a Paulo, na sua ida para Jerusalém.
Paulo está retornando a Jersualém mas estava sempre empenhando em seu trabalho missionário de fundar e edificar igrejas. Quando chegou à cidade portuária de Trôade onde passou uma semana (At 20,5,6), reuniu-se com a igreja no domingo (At 20.7) onde pregou até à meia-noite, e como um rapaz caiu da janela do terceiro andar, por ter dormido durante a pregação prolongada de Paulo, e tendo morrido, foi ressuscitado por Paulo, e isto fez com que aquele culto de domingo se estendesse até o romper do dia da segunda-feira (At 20.7 –12).
Paulo pretendia chegar em Jerusalém, se possível, no dia de Pentecoste, que conforme já estudamos, sempre caía num domingo (At 20.16). Por isso não queria se demorar na Ásia, no seu retorno de Trôade para Jerusalém, assim, aportou em Mileto, que ficava próxima de Éfeso, e dali, mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso e deu-lhes as recomendações monumentais que temos em At 20.17-35; onde destacou o seu serviço abnegado ao Senhor, em favor deles, com humildade, provações, perseguições dos judeus, mas sendo sempre fiel em lhes anunciar a exata Palavra do evangelho publicamente, e de casa em casa, pregando o arrependimento e a fé em Jesus (At 20.18-21). Paulo citou que o Espírito Santo vinha lhe dizendo de cidade em cidade que lhe aguardavam cadeias e tribulações, como de fato viria a ocorrer com suas prisões em Jerusalém, Cesaréia e por duas vezes em Roma, como ainda estudaremos (At 20.22,23).
O que ele disse no verso 24 é digno de registro: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.”. A vida para Paulo era ser obediente e fiel à sua chamada e cumprir o seu ministério. E isto consistia em dar testemunho do evangelho da graça de Deus. “O evangelho da graça de Deus.”. A riqueza da graça que redime o pecador, e sobre a qual tanto há para ser dito, naquilo que os reformistas chamaram de as doutrinas da graça, a saber: eleição, redenção, substituição, regeneração, justificação, santificação e glorificação.
E Paulo lhes ensinou tudo isto e mais o modo pelo qual o crente deve viver para agradar a Deus, e que ele chamava de “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).
E então, falou-lhes da vigilância do pastor em relação ao cuidado com o rebanho quanto aos lobos vorazes, que são aqueles que pervertem as doutrinas do evangelho para desviar as ovelhas da verdade (At 20.28-31). Pastores vigiai! Foi sua palavra de alerta para os presbíteros de Éfeso (v 13).
A acusação injusta que alguns costumam fazer contra Paulo quanto a ter sido um homem duro e frio, não se sustenta diante da reação dos presbíteros de Éfeso quando se despediram dele em Mileto: “Então houve grande pranto entre todos e, abraçando afetuosamente a Paulo o beijaram, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” (At 20.37,38).
56-58 PRISÃO DE PAULO EM JERUSALÉM E CESARÉIA (At 21.27 – 26.32)
Como fora predito pelo Espírito Santo de cidade em cidade, pelo ministério dos profetas (At 21.4, 9-14), Paulo foi preso pelos romanos quando estava no templo em Jerusalém em razão de estar sendo espancado pelos judeus, e os romanos o apresentaram ao sinédrio para ser interrogado. Como os judeus pretendiam fazer uma cilada para matá-lo, e tendo isto chegado ao conhecimento do sobrinho de Paulo, este alertou o comandante da guarda romana, que por precaução enviou-o com um escolta ao governador Félix, para mantê-lo em Cesaréia (At 21.17-23.35).
Cinco dias depois o sumo-sacerdote Ananias foi para Cesaréia acompanhado de alguns anciãos e de um orador de nome Tértulo que passou a acusar Paulo na presença de Félix, mas o governador adiou a causa depois de ter ouvido a defesa de Paulo (At 24.22).
Félix foi substituído no cargo por Pórcio Festo que intentava agradar aos judeus, motivo porque Paulo apelou para ser julgado em Roma, e dar-se-ia assim cumprimento à vontade de Senhor, de que ele desse testemunho a Seu respeito também em Roma (At 23.11; 25.11,12).
Quando o rei Agripa, de Israel, esteve em Cesaréia para saudar a Festo, o caso de Paulo lhe foi apresentado, e ele manifestou interesse em ouvir a Paulo que lhe apresentou a sua defesa. Ao ouvir o testemunho do apóstolo, Festo o interrompeu em alta voz dizendo que ele estava louco e que as muitas letras o faziam delirar. Paulo era um homem preparado. Mas Agripa ficou bem impressionado com o discurso de Paulo e disse que por pouco ele o persuadiu a se fazer cristão. E comentou com Festo, depois de ter-se retirado, que Paulo bem poderia ter sido solto se não tivesse apelado para César (At 26.24-32). Com isto, o desígnio de Deus se cumpriu na vida de Paulo. Ele permaneceria preso em Roma, mas, na viagem que para lá empreenderia, teria o seu navio destruído por uma tempestade, de forma que seria dado como morto pelos judeus de Jerusalém. Com isso seria mantido em segurança e em vida, porque haveria ainda de escrever as chamadas epístolas da prisão e as pastorais, e concluir o ministério que havia recebido do Senhor. E quem sabe a espístola aos Hebreus não seria também escrita por ele, se esta é de se sua autoria.
59-60 PRIMEIRA PRISÃO DE PAULO EM ROMA (At 28.16-31)
A partir do capítulo 27 até 28.15 é narrada a viagem de Paulo para Roma. Ao chegar na cidade foi-lhe permitido morar por sua conta tendo em sua companhia o soldado que o guardava, o que deu ensejo, segundo suas palavras em Fp 1.13, que toda a guarda pretoriana do imperador romano ouvisse o evangelho.
Tendo convocado os principais dos judeus em Roma, três dias depois de ter chegado à cidade, apresentou-lhes a oposição que vinha sofrendo dos judeus, mas estes lhe informaram que não haviam recebido qualquer denúncia contra ele da parte dos judeus de Jerusalém. Mas que gostariam de ouvi-lo a respeito da seita que ele pregava e que por toda a parte era impugnada (At 28.17-22).
E vieram ouvi-lo em grande número na data marcada, tendo Paulo lhes feito uma exposição da manhã até a tarde, sendo que alguns ficaram persuadidos e outros não, que continuaram incrédulos, e havendo discordância entre eles, Paulo lhes disse que a salvação seria enviada aos gentios e eles a ouviriam (At 28.23-29). Jesus veio para os que eram seus, mas os seus continuavam não o recebendo. Se eles não se achavam dignos de serem eleitos por Deus, não teriam do que se queixar se outros (os gentios) estivessem recebendo a bênção que eles estavam recusando. Também estava disponível, e principalmente, para eles, mas a maioria deles estava rejeitando a salvação que lhes estava sendo oferecida gratuitamente.
Paulo ficou preso por dois anos em Roma, na casa que alugara, onde recebia a todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, com toda a intrepidez e sem impedimento algum ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28.30,31). É assim que termina o livro de Atos.
Esta visitação a Paulo, em sua casa, nesta sua primeira prisão em Roma é explicada pelo fato de que ele estava convicto de que a sua apelação para César lhe redundaria em liberdade, sentimento este que expressou nas chamadas Epístolas da Prisão, que escreveu neste período (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom). Os que o procuravam nesta ocasião, sabiam portanto que não corriam qualquer perigo. Fato este, que já não ocorreu por ocasião da escrita de II Timóteo, quando fora encarcerado em Roma para ser martirizado, e nesta ocasião todos os abandonaram.
Na ocasião da primeira prisão de Paulo, os romanos consideravam o cristianismo como mais uma das seitas judaicas, e como o judaísmo era considerado um religião lícita, Paulo sabia que eles não interfeririam em assuntos religiosos em que os interesses do Império Romano não seriam prejudicados. Daí a sua certeza de que seria posto em liberdade (Fp 1.19; 2.23,24; Fm 22).
Quando Paulo e Pedro foram martirizados sob Nero, cerca de 64 d.C., a perseguição aos cristão não foi por motivos religiosos, mas por que Nero queria um bode expiatório para lançar a culpa pelo incêndio da cidade de Roma, que segundo os historiadores fora causado pelo próprio Nero.
Há vários pontos de contato entre as epístolas da prisão, indicando terem sido escritas no mesmo período. Dentre estes, podemos destacar:
1 – Paulo se encontrava preso quando as escreveu: Ef 3.1; 4.1; 6.20; Fp 1.7,13,14,17; Col 4.3,10,18; Fm 1,9,10,13,23.
2 – Das quatro, Ef, Col e Fm estão estreitamente relacionadas entre si:
a) Tíquico foi o portador de Ef e Col (Ef 6.21; Col 4.7).
b) Onésimo, o escravo de Filemom, é companheiro de viagem de Tíquico (Col 4.9; Fm 10).
c) Arquipo é mencionado em Fm 2, e é exortado a cumprir seu ministério em Colossos (Col 4.17).
d) Epafras, da igreja de Colossos (Col 1.7; 4.12) estava preso com Paulo quando este escreveu Fm (23).
e) Lucas e Demas são citados em Col 4.14 e Fm 24.
A igreja de Colossos não foi fundada por Paulo e não era conhecida de vista pelo apóstolo (Col 2.1). Os fatores que explicam a escrita de Col, Fm e Ef na mesma ocasião, são os seguintes, além dos já apontados:
a) Paulo estava endereçando na verdade, duas cartas à igreja de Colossos, uma de caráter mais geral (Col) e outra mais pessoal (Fm).
b) Onésimo era escravo fugitivo de Filemom, o qual tinha uma congregação funcionando em sua casa em Colossos. Onésimo foi ganho para Cristo, por Paulo, em Roma, e o motivo da escrita de Fm é um apelo de Paulo em favor de Onésimo, para que Filemom o recebesse de volta já não mais simplesmente como escravo, mas como irmão em Cristo.
c) Juntamente com Onésimo, Tíquico foi enviado por Paulo não somente a Colossos, mas também a Éfeso, sendo certamente o portador das epístolas aos Efésios e Colossenses, posto que ambas eram cidades próximas na Ásia Menor.
d) Epafras, que foi o provável fundador e líder da igreja de Colossos, encontrava-se aprisionado com Paulo em Roma, e certamente, deve ter-lhe feito um relato minucioso da situação da igreja colossense, especialmente quanto à influência de um falso ensino que estava penetrando na mesma quanto a práticas ascéticas e legalistas, com o pretenso objetivo de torná-los mais espirituais (Col 2.4,8, 16-23).
Filipenses, apesar de ter sido escrita também durante a primeira prisão de Paulo, provavelmente foi produzida numa outra ocasião, por motivo de Paulo ter recebido uma oferta daquela igreja.
Assim, podemos datar estas chamadas Epístolas da Prisão da seguinte maneira:
59 ESCRITA DE EFÉSIOS, COLOSSENSES E FILEMOM
60 ESCRITA DE FILIPENSES
CONTEÚDO GERAL DE EFÉSIOS E COLOSSENSES
Estas duas epístolas podem ser estudadas em conjunto em razão da semelhança do seu conteúdo.
Em ambas é tratado o assunto da relação existente entre Cristo e a igreja, sendo Ele apresentado como cabeça da igreja, e esta como seu corpo. Há portanto uma natural descrição dos deveres ou funções vitais que a igreja tem por ser parte integrante de Cristo.
Assim, surgem naturalmente nestas epístolas, temas como mortificação da carne, revestimento de Cristo, perdão, santidade, deveres em submissão em relação a Deus, aos pais, aos maridos, aos senhores, aos mais velhos, aos pastores, à edificação da igreja em amor pelos ministérios constituídos por Deus, a luta espiritual contra a carne, o diabo e o mundo, dentre outros, que têm a ver com os deveres da igreja diante do Seu Senhor e Mestre.
CONTEÚDO GERAL DE FILIPENSES
A epístola de Paulo aos Filipenses é uma nota de agradecimento e de alegria em face da renovação do cuidado dos filipenses pelo apóstolo, indicando a sua obediência e eleição como igreja do Senhor, e pelo fato de o apóstolo saber que em face da generosidade deles, Deus os faria prosperar material e espiritualmente, e daí a razão da sua alegria no Senhor por eles.
Sobressai nesta epístola o apelo à unidade pela prática da submissão e da humildade, tendo-se como exemplo supremo o próprio Cristo que havia se esvaziado da sua glória divina em obediência ao Pai. Percorre por toda a epístola um sentimento de alegria e de satisfação em tudo e por tudo, que o apóstolo fez questão de destacar colocando a si mesmo como exemplo a ser imitado quanto à questão de estar contente em toda e qualquer situação, porque é esta a vontade de Deus para o crente.
Fazer tudo sem murmurações nem contendas é um grande e importante mandamento para ser observado pela igreja (Fp 2.14), porque Deus está no controle de tudo, operando Ele mesmo em nós tanto o querer quanto o efetuar (Fp 2.13).
Assim estamos apresentando a seguir dois estudos sobre Humildade e Satisfação, respectivamente, que estão associados aos temas desta epístola.
61-63 PERíODO DE LIBERDADE DE PAULO ENTRE SUAS DUAS PRISÕES EM ROMA
62 ESCRITA DE I TIMÓTEO E TITO
Conforme havia manifestado nas Epístolas da Prisão a sua forte expectativa de que o fato de ter apelado para César lhe redundaria em liberdade, tudo indica que de fato Paulo fora libertado, conforme evidências internas que encontramos em I Timóteo e Tito, porque, principalmente, estas epístolas apresentam Paulo em deslocamento e em situações que não podem ser harmonizadas com o registro contido no livro de Atos. Como por exemplo, o que lemos em I Tim 1.3: “Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso”. Aqui vemos Paulo afirmando que estava viajando, o que não poderia fazer se estivesse preso, e também que estava indo para a Macedônia, pedindo a Timóteo que permanecesse em Éfeso. Não temos em Atos esta situação de Paulo estar indo para a Macedônia, ficando Timóteo em Éfeso. Temos exatamente o contrário disto. Isto é, enviou Timóteo e Erasto para a Macedônia, enquanto ele, Paulo permaneceu em Éfeso (At 19.22), durante a sua terceira viagem missionária, quando evangelizou a cidade de Éfeso.
A narrativa de Atos também não se refere a qualquer ministração de Paulo na Ilha de Creta ou em Nicópolis (Tito 1.5; 3.12).
64 SEGUNDA PRISÃO DE PÁULO EM ROMA
ESCRITA DE II TIMÓTEO E MARTÍRIO DE PAULO
II Timóteo foi a última epístola escrita por Paulo, porque foi produzida próximo da sua execução sob Nero. Nesta carta ele afirma que se encontrava preso em Roma (II Tim 1.8, 16, 17), portanto uma segunda prisão, só que desta vez, não tinha qualquer esperança de que seria posto em liberdade, ao contrário, quando escreveu esta epístola a sua sentença de morte já havia sido lavrada (II Tim 4.6). Ele havia sido abandonado por todos e ninguém fora a seu favor na sua primeira defesa (II Tim 4.16). Ele sabia que a sua carreira havia chegado ao fim, porque havia completado a mesma e estava somente aguardando a hora em que estaria para sempre com o Senhor na glória celestial (II Tim 4.7,8).
CONTEÚDO GERAL DAS PASTORAIS (I e II Tim, e Tito)
Como estas epístolas foram escritas próximo do final do ministério de Paulo, e havendo a preocupação de manter a ordem e a disciplina na igreja, para que ela continuasse cumprindo o papel que lhe fora designado pelo Senhor na terra, Paulo enviou estas epístolas a seus cooperadores mais próximos, Timóteo e Tito, que receberam na época o encargo de nomear presbíteros para as igrejas de Éfeso, e Creta, respectivamente, agindo na ocasião, como superintendentes interventores, em face da heresia que havia penetrado naquelas igrejas. E o combate ao erro seria feito principalmente nomeando-se pessoas qualificadas para ensinarem a sã doutrina, que reforçariam a liderança das igrejas sendo nomeados presbíteros para manterem a disciplina e a ordem, no Senhor.
Assim, são destacadas especificamente em I Timóteo e Tito as qualificações exigidas para o ministério. Se alguém é ordenado para cuidar da casa de Deus, esta pessoa deve estar preparada não somente para edificar os crentes, como também para fazer calar os lobos vorazes que atacam o rebanho com suas falsas doutrinas e práticas libertinas. Para isso, o candidato ao episcopado deveria ser apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tivesse poder, tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os contradizentes (Tito 1.9-11).
O ministério não é um lugar para se recompensar os amigos, mas para aqueles que são chamados por Deus, para trabalharem e servirem a igreja, conforme a pregação, ensino, admoestação, exortação, repreensão e disciplina, que devem ser feitos conforme a Palavra revelada.
I Tim 2.11,12 parece indicar que estavam ocorrendo problemas graves de submissão das mulheres a seus maridos em Éfeso, lembrem-se que havia naquela cidade o culto da deusa Diana, e assim, o ensino filosófico que acompanhava aquele culto devia ser um estímulo para a não submissão das mulheres a seus maridos, e deste modo, o apóstolo se viu na contingência de tomar a medida extrema de impedir que as mulheres ensinassem naquela igreja, provavelmente, em face da contaminação de suas mentes pelas práticas e filosofias que permeavam a sociedade e a cultura de Éfeso.
Pr Silvio Dutra