quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O porquê de não jurar


Juramentos fazem parte do dia-a-dia da sociedade. Não é muito difícil escutarmos alguém que, para comprovar o que diz, jura por si mesmo, por sua mãe ou ainda por Deus. Nada mais normal alguém querer comprovar que a sua palavra é verdadeira e que o que diz é o que realmente sucede. A grande questão do juramento é compreendermos o motivo de Jesus a dizer: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” (Mateus 5.37)
Na história humana quando dois ou mais homens realizavam um negócio, com característica monetária ou não, era pela palavra que se era firmado. Havia honra, havia o juramento e isso bastava. Nada de contratos ou advogados.
Assim era no Antigo Testamento, onde o juramento era permitido. Vemos que ele aparece pela primeira vez na Bíblia quando Abraão manda o seu servo jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra que ele não iria tomar por esposa a seu filho Isaque uma mulher cananéia (Gn 23. 2-4). Nada mais justo do que a preocupação de Abraão de que seu filho não estivesse em jugo desigual (2 Co 6.14), de que a herança do Senhor a ele prometida passasse a seu filho.
Em Levítico 19.12 já vemos Deus cercando o juramento e o tratando como algo extremamente sério. “nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanareis o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor.”
Em Salmos 110.4, Deus jura sobre a pessoa de seu filho Jesus, “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”
E depois chama a nação de Israel ao arrependimento, em Jeremias 4.2 diz: “se jurares pela vida do Senhor, em verdade, em juízo e em justiça, então, nele serão benditas as nações e nele se glorificarão.”
Então porque essa pausa no livro de Mateus e a firme declaração de Jesus; “Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirá rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém vos digo: de modo nenhum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jureis pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que passar disso vem do maligno.” (Mt 5.33-37)
Alguma coisa se perdeu no caminho, não?!
Uma prova disso está em Isaías 48.1: “Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais pelo nome de Israel e saístes da linhagem de Judá, que jurais pelo nome do Senhor e confessais o Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça.”
A explicação está em que o homem se afastou da verdade e da justiça. Chegou um momento em que a mentira e a verdade humana se misturaram. Os homens não conseguiram mais cumprir os seus juramentos, e aquilo que era sério, tornou-se banal e corriqueiro.
E muitos ainda se perguntam o que uma mentira, apenas uma mentira camuflada de verdade pode fazer. O homem simplesmente não conseguiu mais parar de mentir, e para que os outros pudessem acreditar, o juramento passou a ser usado como uma ajuda, como crédito.
Em Jeremias 22.5 O Senhor diz em uma profecia; “Mas, se não derdes ouvidos a estas palavras, juro por mim mesmo, diz o Senhor, que esta casa se tornará em desolação.”
E o que tem sido as nações da terra se não mais que desolações? O que tem sido o homem se não mais do que mentiras e falsidades?
E infelizmente isso é somente mais uma prova do resultado do afastamento do homem do seu Criador.
O juramento era sim permitido no Antigo Testamento. Deus quando não tinha por quem jurar, jurou por Sua Santidade (Hb 6. 13-20). Mesmo não precisando, pois Ele é verdadeiro. Ele é a verdade. Fez apenas para que os homens pudessem entender, dizendo nos moldes humanos: “olha, para que vocês entendam que minhas promessas são de fato verdadeiras, Eu juro que elas acontecerão. Por mim mesmo, Eu juro.”
O que Jesus vem nos alertar é para que toda a nossa palavra seja pura e inabalável. Que sejamos verdadeiros como Ele é verdadeiro e que isso baste. E não lançarmos mão da aparência da religião como cobertura de nossas maldades. Não jurar pelo nome de Deus, falsos juramentos com o intuito de fazer parecer puros e verídicos os atos mais escabrosos, dando força da verdade a própria mentira. Êx 20.7
“Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.” Tg 5.12

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